Encontramos no português do Brasil algumas expressões idênticas às da língua francesa. Conheça algumas delas.
Ao ver o painel da RATP abaixo – “Não, os ônibus não dormem com as galinhas” – me surgiu a idéia do artigo de hoje.
Encontramos no português do Brasil algumas expressões idênticas às da língua francesa. Pesquisei as expressões abaixo e descobri que muitas delas tem por origem textos de escritores franceses como Montaigne e La Fontaine ou então usos e costumes datando, alguns, da idade média européia.
- Avaler des couleuvres / Engolir sapos: em tempos passados a enguia foi um prato corrente e apreciado. Nesta época, anfitriões mal intencionados serviam cobra no lugar da enguia para testar a credulidade dos convidados.
- Au pied de la lettre / Ao pé da letra: o pé é uma antiga unidade de medida (um pé equivale a 33 cm). Pegar uma expressão no pé da letra significa pegá-la na medida exata, sem a distância necessária para a interpretação.
- Avoir les yeux plus gros que le ventre / Ter os olhos maiores do que a barriga: foi o grande Montaigne que, no século XVI, escreveu a seguinte frase: avoir plus grands yeux que grande panse – ter olhos maiores do que a pança.
- Être au septième ciel / Estar no sétimo céu: antes de Copérnico e Galileu, os homens consideravam o universo organizado em sete céus. Se a emoção fosse muito intensa, a pessoa podia subir muito alto até atingir o sétimo e último céu.
- Faire mouche / Na mosca: chamava-se mouche (mosca) pequenos tecidos ou papéis pretos que as elegantes francesas colavam no rosto, como pintas, para realçarem a palidez da pele. Como a mosca, o ponto preto no centro do círculo da mira.
- Jeter l’argent par les fenêtres / Jogar dinheiro pelas janelas: na idade média, os príncipes agradeciam os espetáculos de cantores e artistas de rua jogavam dinheiro pela janela.
- Filer à l’anglaise / Sair à francesa: franceses e ingleses estiveram em guerra durante sete séculos. Os efeitos colaterais existem até hoje na língua francesa e inglesa. Um agiota, por exemplo, era chamado de “inglês”. Em seguida apareceu a expressão sair à inglesa, alguém que sai de um lugar de maneira camuflada. E na Inglaterra, a mesma expressão é to take french leave. No Brasil, saímos à francesa.
- L’habit ne fait pas le moine / O hábito não faz o monge: em 1297, François Grimaldi e seus companheiros se fantasiaram de monges franciscanos para conquistarem a fortaleza construída no rochedo de Mônaco. Encontramos dois monges no brasão do Principado de Mônaco.
- Tenir la chandelle / Segurar a vela: esta expressão deve ser compreendida ao pé da letra. Antigamente, servos postados em torno da cama seguravam velas acesas para iluminar os arroubos amorosos da aristocracia. O sentido da expressão migrou para o lado oposto e significa, hoje, a presença de um terceiro elemento impedindo arroubos amorosos.
- Mettre sa main au feu / Colocar a mão no fogo: na idade média, para determinar a inocência ou a culpabilidade de um plebeu, a pessoa era submetida à uma prova. Os príncipes mantiam a mão do culpado no fogo. Se a pessoa não tivesse queimaduras era a prova de que Deus tinha reconhecido sua inocência.
- Toucher du bois / Bater na madeira: este gesto supersticioso já era conhecido dos persas e dos egípcios. Os cristãos da idade média tinham o hábito de bater na madeira em lembrança da cruz de Cristo. Uma maneira de pedir a proteção de Deus.
- Avoir la puce à l’oreille / Estar com a pulga atrás da orelha: nós sabemos que as pulgas provocam coceiras. Mas quando La Fontaine escreveu no seu conto Le Rossignol “quando a moça que pensa no seu amante ausente a noite toda, fica com a pulga atrás da orelha” foi uma maneira velada de dizer que ela estava com coceiras … amorosas. Estar com pulgas atrás da orelha, na sua origem, teve este sentido com conotação sexual. Mais tarde a expressão evoluiu para o lado da desconfiança.
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26 Comentários
Camila
Briser la glace.
Giselda Garay Correa
Muito bom post .Lembrei que minha mãe falava francês e eu não sabia porque ela dizia sempre que não queria quinquilharias em cima do sofá entre outras tantas palavras que descobri mais tarde serem francesas.mas nesse estilo de expressões eu já li muito nos comentários de páginas francesas eles usarem a expressão ” sans pied ni tête” et parfois aussi “sans queue ni tête” .
Rodrigo Lavalle
Giselda, obrigado pela contribuição!
Lucia
Boa tarde Rodrigo
Adorei o post.
Gostaria de saber se vc sabe me informar alguns livros sobre expressões francesas ou onde encontrá-las mais, para aprimorar meu francês .
Obrigada
Renato
Il y a plus: “Chien qui aboie ne mord pas!”, “Avoir du piston!”, etc.
Rodrigo Lavalle
Renato, obrigado pela contribuição.
Leandro Machado
Avoir le couteau sous la gorge, tempête dans un verre d’eau, une lumière au bout du tunnel, les vaches maigres, baisser l’oreille, il n’y a pas de fumée sans feu, quand le chat n’y est pas les souris dansent.
Rodrigo Lavalle
Leandro, obrigado pela contribuição.
Nicolas
Sobre “L’habit ne fait pas le moine”: Mônaco, em italiano, quer dizer “monge”. A cidade de Munique (München), na Alemanha, também é chamada “Monaco” pelos italianos.
Outra: “Rira bien qui rira le dernier.” – “Quem ri por último ri melhor.”
Maria Tereza Frota
Gosto muito de etimologia e gostei da possiblidade de descobrir coisas novas. A quem tenha o mesmo interesse recomendo o livro A Casa da Mãe Joana. Beijo!q
Thereza
Gostaria de saber onde posso encontrar uma manicure/pedicure brasileira, aqui? Obrigada desde ja sou fã de seus conselhos!
Rodrigo Lavalle
Thereza, não sei lhe informar.
Abraços.
Mara
Quem está vivo sempre aparece! Essa é pra mim mesma, pois há tempos não deixo comentário aqui, mas acompanhando o CP sempre.
Como eu gostei da postagem, vcs se reiventam a cada dia, e é um prazer enorme testemunhar isso.
Lina e Rodrigo, um forte abraço.
Rodrigo Lavalle
Mara, obrigado pelos elogios!
Abraços.