A França é ou não o país do pão? Mito ou realidade?
A França é ou não o país do pão? Do pão, não, mas da baguette, sem dúvida alguma.
Na realidade, o pão é a base da cozinha de várias culturas. Na Finlândia, a variedade de pães é imensa, maior do que a da França. Para atender uma clientela exigente, encontramos nos supermercados finlandeses pão sem leite, sem lactose, com pouca lactose, sem açúcar, sem ovos, sem fermento, pão de farinha de trigo, de aveia, de cevada, de centeio, com farinhas misturadas, pães mais secos e duros, pães macios…
Impensável uma escolha idêntica em um supermercado qualquer da França. Na Bélgica, na Itália, na Espanha e em vários outros países encontramos excelentes pães. Por que então a imagem do francês com a baguette debaixo do braço? Como esta imagem foi internacionalizada?
Foto de Willy Ronis
Até a metade do século 19, o pão possuía um formato redondo. Dizem que foi Napoleão que criou o formato baguette. Assim os soldados podiam transportar o próprio pão, pendurado ao longo da perna. Esta versão é contestada em favor de uma outra, a introdução, na França, do pão feito em Viena em torno de 1840. O pão austríaco tinha o formato de uma baguette e era fabricado com fermento de cerveja. Durante muitos anos a baguette foi privilégio da aristocracia. Ela era a única classe social que consumia pão fresco. A baguette se conserva mal e secava rapidamente.
Foto André Kertész
A partir do aparecimento da baguette, uma série de fatores criaram o cliché. Entre eles, as famosas fotos de Robert Doisneau, Willy Ronis descrevendo o que hoje chamamos lifestyle francês. Entre elas, encontramos sempre uma criança de volta da padaria… com a baguette debaixo do braço.
Em meados do século 20, as organizações ligadas aos padeiros e fabricantes de farinhas fizeram uma campanha publicitária nacional e internacional louvando a qualidade do pão francês. A imagem utilizada foi de uma dona de casa, de volta para casa, com uma baguette debaixo do braço.
Foto Robert Doisneau
Como diz o ditado, il n’y a pas de fumée sans feu – “onde há fumaça há fogo”. Se tantas fotos de baguettes debaixo do braço rolaram, é porque os franceses eram e são loucos por elas.
Neste país temos uma padaria para cada 1.800 hatitantes. E a técnica da fabricação do pão francês se exporta bem: de Nova Yorque até o Rio de Janeiro, passando por Tóquio, Seul e Dubai. E todos os anos, a Prefeitura de Paris elege a melhor baguette do ano. E o melhor padeiro é encarregado de fornecer, todas as manhãs, o pão do presidente da república.
Quem nunca sentiu, flanando por Paris, o perfume do pão assando? Quem nunca sonhou com uma baguette bem assada, crosta crocante e miolo macio e saboroso? Então anote o endereço de algumas das melhores baguettes de Paris:
. La Parisienne, 48 rue Madame 75006 em Saint Germain
. Grenier à Pain, 38 rue des Abbesses, 75108 em Montmartre
. Tout Autour du Pain, 134 rue de Turenne, 75004 no Marais
E, para nós do Conexão Paris, a melhor padaria e pâtisserie de Paris é esta aqui.
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4 Comentários
Deise
Concordo com a Laurisabel, senti o cheiro, me imaginei, me senti até ouvindo o estalinho da crosta da baguette!!! Que texto delicioso!!
Laurisabel Assil
Eita que senti o cheiro da baguette daqui de Salvador. Fui transportada imediatamente pr’as ruas de Bagnolet. Emocionei…
Rodrigo Lavalle
🙂