Evandro Barreto
Quando alguém me pede que indique onde comer em Paris, nunca começo a resposta pelos nomes. Deixo esse caminho para os guias, blogs e agentes de turismo, já que é para isso que eles existem. Prefiro dividir as mesas por categorias subjetivas e deixar o interlocutor decidir em qual categoria ele se sentiria mais à vontade. Resolvido isso, aí sim, posso dar sugestões que me pareçam adequadas a cada caso.
Pelo meu método, totalmente anti-científico, os restaurants, brasseries e bistrots parisienses são classificados assim:
- Os que os turistas de primeira viagem procuram.
- Os que os parisienses evitam por causa dos turistas de primeira viagem.
- Os que os críticos pesquisam para ganhar a vida e exibir poder.
- Os que cineastas americanos filmam porque escritores americanos escreveram a respeito.
- Os que os parisienses preferem, levando em conta a cozinha, a adega, o serviço, o preço e o charme.
- Os que os parisienses procuram porque ficam perto de casa e eles conhecem todo mundo.
- Os que os pós-turistas contumazes freqüentam, mas não saem contando para qualquer um.
(Comensais e amigos não são qualquer um).
O Chez André (12 rue Marbeuf, 75008) se encaixa com naturalidade nas três opções finais. A cozinha e a adega são impecáveis, o atendimento é caloroso, eficiente e um tanto excêntrico, o preço é honesto e o charme nasce de uma combinação de tudo isso com a composição da clientela. Embora próximo à Étoile, tem clima de restaurante de bairro e abre para almoço no dia primeiro do ano em deferência aos vizinhos. A maioria dos freqüentadores se conhece e até os seus cachorros convivem bem. Ao longo de vinte anos não-contínuos, só assisti a um desentendimento sob as mesas, entre um poodle neurótico como todos os poodles e um terrier mal-humorado como todos os terriers. Mas não chegaram às vias de fato.
Antes mesmo de entrar, você confirma que o “Chez André” foi uma ótima escolha pela banca de ostras ao lado da porta. “Claires” “Papillons” e outras tentações disputam seu apetite, sob a regência de um especialista da maior competência. Questionado à queima-roupa por La Blonde, que reclamou da salinidade excessiva, o distinto cavalheiro deu resposta imediata e irreplicável:
“Madame, a culpa é da seca deste ano. As ostras vivem nos estuários e a pouca água doce que tem chegado não é suficiente para diluir na proporção certa o sal do mar”.
Ainda assim, uma dúzia de “papillons número 1” foi consumida pelo casal de dependentes, entre goles de um branco do Loire, que ninguém é de ferro, enquanto não chegava a maior especialidade da casa: o gigot d’agneau. As fatias de cordeiro apresentam-se à mesa cortadas na mesma espessura que tinham na minha primeira visita, no remoto século XX, e mantém a mesma tonalidade rosada há gerações. Sem dúvida, é o próprio cordeiro de Deus a tirar os pecados do mundo e a dar-nos a paz.
Evandro Barreto é autor livro Na Mesa Cabe o Mundo, um delicioso e suculento livro de crônicas, em que o autor nos leva aos mais tradicionais bistrôs de Paris. À venda no site Minha Viagem Paris.
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53 Comentários
Patrícia V.
Ótimo texto Dodô! E o fechamento foi com chave de ouro.
Mari
Dodô, fico feliz que sua experiência e suas pérolas literárias possam ser compartilhadas com mais gente! Sorte a nossa! Texto delicioso, como sempre. beijos.
Adriana Pessoa
Como sempre, ótimo texto by Dodô.
Eu adoro o Chez André e sempre o indico aos amigos que vão a Paris.
Arnaldo Camargo
Prezado Evandro,
genial a classificação dos restaurantes. Mas permita-me fazer um pouco de “feu de bois” no Conexão: a Danuza Leão disse na Folha/SP da primeira semana de janeiro que vários restaurantes parisienses estão servindo comida congelada e sem qualidade. A justificativa seria a crise econômica, que impossibilitaria a contratação de “chefs”. Será possível? Abr. Arnaldo.
conexaoparis
Arnaldo
Pequenos cafés, pequenos restaurantes de bairro são obrigados a usarem o sistema meio a meio. Uma parte feita no restaurante, outra pré fabricada. Todos os parisienses sabem disso. Os restaurantes citados aqui fogem deste esquema. A prefeitura de Paris vai criar um sêlo importante. O restaurante que usar o sistema meio a meio não receberá o sêlo.
Maurício Christovão
Me deu uma fome…Muito bom o post!!!
Jane Curiosa
Hã.E amei, também.
Jane Curiosa
AMÉM.
priscila
help,
ola lina,
amo seu blog e entro sempre!!! estou precisando de um help – sou estilista infantil e preciso comprar manequins de prova de roupa, tipo os da stockman de NY. Porem, n vou para os EUA essa coleçao.
sabe me indicar onde encontro ai em paris ou como bsucar no google?
muitoooo obrigada!!!!
bjs priscila
conexaoparis
Priscila
olhe aqui:
http://www.google.com/search?q=mannequins+de+couture&ie=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=org.mozilla:fr:official&client=firefox-a
Maria das Graças
Dodô, esse é o tipo de restaurante que os amantes da boa cozinha preferem.
E voce me fez lembrar do gigot d’agneau à la ficelle cuit au feu de bois que comemos em Saint-Rémy de Provence. Especialidade do Le Bistrot des Alpilles, são duas fatias rosadas, com uma crosta assada e perfumada com ervas, acompanhadas de gratin au dauphinois.
Sobre a salinidade das ostras a Beth já tinha comentado aqui e faz sentido a explicação.
Gostosas lembranças!
Francy
Bom dia Dodô! O que se esperar de um comensal mór , ao fazer uma indicação de restô em Paris? Adorei sua lista,que classificação mais distinta ! Quanto ao Chez Andre , rezo na mesma cartilha ,não muda ano após ano … Na última viagem fui lá duas vezes e em nada me arrependi do bis.Que tal uma cronica , Um comensal em Paris , ? Tenho certeza que seriam descobertas únicas , além de um deleite prá nossa alma.abs ao casal.