O título do artigo poderia ter sido “quando o tradicional/banal/rural atravessa o Atlântico e se torna contemporâneo/design/urbano”.
Estou me referindo à vegetais, mais precisamente a três plantas que encontramos Brasil afora e que se tornaram as queridinhas dos apartamentos bem decorados parisienses.
Espada de São Jorge
A mais poderosa delas, a hiper design e super presente por aqui, é a nossa espada de São Jorge, conhecida pelo seu nome científico sansevieria. Graças aos amigos “estrangeiros” me reconciliei com esta planta “nacional” e que via no interior do Brasil sempre na entrada das casas e plantada dentro de grandes latas enferrujadas de gordura de coco.
Se aqui em Paris ela é esteticamente poderosa, no Brasil ela possui super poderes pois espanta mau olhado e bloqueia, na soleira, tudo que possa prejudicar os moradores: inveja, raiva, feitiços…
Somando estética e crenças ancestrais, a espada de São Jorge se tornou para mim uma planta especial, poderosa em todos os sentidos e tão ou mais bonita que as finas e longas esculturas de Giacometti.
Espada de São Jorge cilíndrica trançada
Minha próxima meta é encomendar a versão sansevieria cylindrica que vi em recente exposição de plantas perto de Paris: fenomenal espada de São Jorge trançada.
Ficus
A segunda é o ficus, as nossas imensas árvores com folhas de um verde escuro brilhante e raizes penduradas tronco abaixo.
Se aqui o ficus ganhou prestígio adquirindo status de objeto raro, mimado e chamado de caoutchouc, ele perdeu tamanho e opulência. De árvore, nosso ficus se transformou em arbusto de apartamento. Mas arbusto elegante com seu design sóbrio e despojado.
Quando tive contato com as versões parisienses das nossas plantas, reconheci imediatamente a espada de São Jorge. Inimitável. Mas o ficus passou batido. Não liguei a imagem do caule fino, reto, com folhas rígidas e bem desenhadas com as imensas árvores que via na orla atlântica do estado do Rio. Ao atravessar o Atlântico, se a espada manteve sua aparência, o ficus sofreu uma afrancesamento radical.
Bromélia filha do ar
A terceira planta nunca teve para mim a conotação banal das duas primeiras. Ela se chama tillandsia e pertence à família das nossas maravilhosas bromélias brasileiras. A comparação entre planta que sempre vi no Brasil e a que conheci aqui é divertida. Se a beleza da bromélia brasileira é explosiva, a conhecida por aqui é frágil, aérea e delicada. Ela vive solta, se agarra onde pode, absorve a humidade ambiente e possui um apelido interessante: “filha do ar”.
Este artigo foi inspirado por uma matéria do Merci Alfred onde estes vegetais são descritos como “plantas que não amolam”, zero trabalho e quando voltamos do verão as encontramos vivas.
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2 Comentários
Mônica
Por aqui, chamamos a sansevieria trifasciata de “espada de são jorge”. Já a sansevieria cylindrica é conhecida como “lança de são jorge” mesmo. Ambas lindas. Essa versão trançada já está fazendo sucesso por aqui há algum tempo também. Acho bem legal!
adriana dias
eu conheço a espada cilíndrica como “lança de são Jorge”. Tenho espada no jardim de casa, para segurar as energias vizinhas, e as mini espalhadas por tudo, pois elas crescem e se multiplicam bem.