Para mim, brasileira, totalmente dependente do carro por razões de segurança e ausência de transporte urbano eficaz, a « vida sem carro » começou alguns anos após meu desembarque em Paris. Foi aqui que descobri a praticidade do metrô, dos ônibus e o prazer de atravessar Paris a pé.
Hoje, lendo artigos sobre diferenças de comportamento entre os jovens parisienses do século 20 e os atuais, me dou conta que além das variáveis acima, minha dependência do carro era também um comportamento datado e geracional.
No século 20, quando um jovem parisiense completava 18 anos recebia um presente clássico: o custo de obtenção da carteira de chofer.
Hoje, o ritual de entrada na vida adulta passa por um computador poderoso ou uma bicicleta.
Para a geração Y, o carro não é uma prioridade e a falta de entusiasmo que ele suscita é o reflexo de uma nova maneira de viver.
A piada atual é : quem tem o « papel rosa » não é parisiense. Nem novaiorquino. Em 2012, o New York Times mencionava que somente a metade dos jovens de 19 anos possuíam a carteira de motorista.
Posição, às vezes, acompanhada por um certo snobismo. Descartar o carro faz parte do comportamento do jovem hipster, sua bike e suas passagens de avião low cost.
Esta geração, além de possuir a consciência da poluição urbana, se desloca menos graças ao numérico e faz uso das inúmeras formas de mobilidade: caminhar, ônibus, metro, tramway, bike, scooter, bike elétrico, carpooling. E claro, ela privilegia o uso do BlaBlaCar, empresa de carpooling que por 7 euros faz o trajeto Paris/Normandia.
A mudança de mentalidade é visível e tudo isto retarda a compra do primeiro carro que deixou de ser, para esta geração, um sinal de status.
O carro passou a ser visto como um objeto complicado, pesado, mais um problema do que um prazer. A relação afetiva entre o consumidor e o carro está sendo lentamente destruída. E o uso do carro na cidade, caindo em desuso.
Este fenômeno se aplica somente aos grandes centros urbanos. Nas pequenas cidades, nas áreas rurais e nas periferias das grandes aglomerações, o carro ainda é o « grande » meio de transporte.
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Este post foi inspirado pela leitura do artigo publicado no jornal Le Monde do 18 de setembro de 2015.
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13 Comentários
Marcela Biehl
Olá
Estive em Paris em novembro e o que me chamou muita atenção foi carros e motos estacionados nas ruas e com aspecto de abandono, muito empoeirados e com os pneus murchos.
É normal?
Rodrigo Lavalle
Marcela, é normal. Muita gente tem carro mas não usa muito.
Luciana
estou indo de carro em 4 pessoas para Paris em julho de 2016, vou ficar hospedado Hôtel Première Classe Paris Nord – Gonesse – Parc des Expositions, fica afastado do centro histórico.
Qual seria o meio mais econômico para ir até os pontos turisticos??? Os estacionamentos são muito caros??? Posso estacionar na rua?? Existe alguma legislação que proíba ou locais proibidos???
Você sugere algum outro transporte saindo do hotel??
Muitoo obrigado :-))
Rodrigo Lavalle
Luciana, na verdade esse hotel fica fora de Paris, longe da cidade. Não aconselho vir de carro para Paris, vocês irão pegar trânsito pesado e não há locais para estacionar (existem estacionamentos pagos).
Vão de carro até a estação Villiers-le-Bel – Gonesse – Arnouville e lá peguem o trem RER D em direção a Paris. Desçam na estação Châtelet – Les Halles (é a estação central da cidade).
Shander
Adoro esse site e suas publicações. Estou morando em Paris há 6 meses e é uma pena não tê-lo conhecido antes. Parabéns pelo trabalho.
Preciso comprar um carro usado por causa do meu trabalho, você poderia me dar uma dica de agência de carros na qual eu possa confiar???
Obrigado.
Edgar
E não é só o trânsito urbano. O Brasil, com dimensões continentais, ignora o trem. Trajetos simples, que hoje consomem vidas e milhões em combustível, pneus e horas de trabalho, poderiam ser cumpridos rapidamente se a opção fosse pelo modal ferroviário. Usei o TGV para atravessar a França alguns pares de vezes, assim como na Itália, Reino Unido e na Espanha. Rápido, prático, silencioso, direto: as estações estão no centro da cidade, não a muitos quilômetros, como os grandes aeroportos (pense no tempo para ir de Londres a Gatwick, ou para ir de Paris/Charles de Gaulle até o centro…
marcy
Tb. queria um sistema de transporte público como os desses centros; carro só p estradas; concordo c o q o franceses jovens pensam sobre o carro. Esse aplicativo tb facilita e barateia a viagem.
S.P está cada vez pior c esse prefeito (nunca foi bom
Invejo quem tem transporte público decente; isto é o ideal e concordo c os jovens franceses.
S.P está cada vez mais insuportável!
Mas imagine se as indústrias automobilísticas internacionais vão querer perder esse imenso mercado!!!!!
0.
Silvio Torres
Em São Paulo os ciclistas, relembrando Nélson Rodrigues, estão sendo caçados como ratazanas prenhas. E o prefeito virou a própria encarnação de satanás por causa das ciclovias e a diminuição da velocidade na vias. Aí, viajam prá Paris e acham tudo lindo…
Ericka
Ana Gomes, carpooling é a carona solidária, muito pouco usada ainda aqui no Brasil…
Ana Gomes
Desculpem minha ignorância, mas o que seria “carpooling”? Grata
Rodrigo Lavalle
Ana, carpooling no caso do aplicativo BlaBlaCar é uma carona paga.
Abraços.
Mauricio Christovão
Hoje vim de carro desde Nictheroy-sur-mer até o meu local de trabalho, devido ao precário sistema de transporte coletivo aqui na França Antártica. Só espero que depois dessas obras “olímpicas” alguma coisa de útil reste para o nosso povo. Gosto de dirigir, mas para viajar. Se houver um bom sistema de transporte é muito melhor.
Alexandre
Como eu queria ter um sistema de transportes públicos igual ao de Paris aqui no Rio. Usei e abusei do meu Paris Visite. E só tenho a dizer: QUE MARAVILHA! Carro só pra viajar mesmo.