Por Aline Takaschima, estudante de jornalismo em Florianópolis
Gerard Decrouzol abre a porta de sua casa com um sorriso largo e braços estendidos. “Ma chére Aline”, e trata de dar um beijo em cada bochecha, conforme a etiqueta parisiense. Em seu apartamento no 18o arrondissement, quarteirão colado a Montmartre, as paredes são decoradas com quadros de diversos tamanhos pintados por ele ao longo de 15 anos.
Monsieur Decrouzol e a sua esposa Marylene foram meus vizinhos em janeiro e fevereiro deste ano. Apesar de os conhecer há pouco tempo, o casal me tratou como uma amiga de longa data. A cada três dias deixava um bilhetinho na porta da jovem turista perguntando se eu estava bem.
Em um jantar em sua casa, brinquei que, quando fosse muito rica compraria uma de suas obras. E não é que ele me presenteia com um quadro pintado especialmente para mim?
[Atrás do quadro, Gerard escreveu: “Louis XIV Rei da França. Para Aline Takaschima, uma lembrança de sua passagem a Paris! Amizade, G. Decrouzol”.]
O francês nasceu artista. Começou a pintar aos 10 anos. Dos ateliês pulou para os palcos de teatro e retornou aos desenhos há menos de duas décadas. Atualmente, Gerard trabalha em uma série intitulada: “As prostitutas de Pigalle”. Birgitte, Sônia e Georgette são algumas das mulheres retratadas nos desenhos expressionistas. “Sabe onde eu as encontrei?”, questiona dando risadinhas, “na minha imaginação”.
Quando você começou a pintar?
Eu comecei a pintar muito cedo. Aos 10 anos. Eu estudava em uma escola chamada La Malgrange, na cidade Jarville-la-Malgrange, perto de Nice. E lá eu fazia muita pintura e desenho. Um dia meu pai escreveu ao diretor da escola: “Senhor diretor, eu gostaria muito que meu filho fizesse outra coisa que a pintura e o desenho.” Mas a minha mãe era professora do desenho, então eu penso que ela me transmitiu o gosto do desenho e da pintura.
Sua família apoiou o seu talento?
Mamãe sempre me apoiou. Meu pai não amava a ideia de ter um filho pintor. É normal. Ele queria que o seu filho tivesse um bom nível de educação. Mas depois eu não pintei mais. Eu comecei a fazer teatro aos 18 anos. Eu vim a Paris para fazer um curso de teatro. E trabalhei como ator por 12 anos da minha vida. Após o teatro eu fiz espetáculo de mímica profissional por 22 anos. Somente há 15 anos que eu recomecei a pintar.
Por que você retornou a pintura?
Porque a pintura está profundamente inscrita em mim. Ela retornou e eu me interessei novamente por que é o mais profundo de mim. Você compreende?
Como é a sua formação artística?
Nenhuma. Eu olho os livros, eu olho as exposições, eu olho as pinturas. É uma auto-formação. Eu nunca fui à Escola de Arte. A escola de arte são os museus que visitei, são os pintores que reencontrei, são os livros que li.
Seu estilo é expressionista?
Sim, é o movimento expressionista. Ele corresponde minha expressão de pintura. A maior parte dos quadros que eu penso são feitos sem pensar. São as mãos que pensam. Por isso eu pinto muito rapidamente.
Qual o seu museu preferido em Paris?
Essa é uma boa pergunta! Eu amo muito o Museu D’Art Brut. Ao pé da Sacré-Coeur há o museu de Arte Bruta (museu Halle Saint Pierre). As pessoas que não tem formação profissional mas que possuem o dom artístico, fazem pintura e escultura, expõem.
É fácil viver de arte em Paris?
Pintar e ganhar sua vida são duas coisas diferentes. Eu pinto e é a minha mulher que ganha a vida. Se um pintor não possui um mecenas ou um patrocinador é muito difícil viver. Ele viverá na miséria.
Você já participou de exposições?
Não. Eu exponho no Facebook e é suficiente.
E você vende as suas obras?
Não. Eu não estou aqui na Terra para vender minhas obras. Eu estou na Terra para pintar. É muito diferente. Eu estou aqui para fazer as pinturas mais interessantes possíveis. Não é meu papel vender meus quadros.
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5 Comentários
nelci terezinha fraga velinho
Gostaria muito de conhecer esta bela família quando for a Paris, provavelmente no final deste ano ou no início do próximo. Tenho um amigo na |Provence que pinta magistralmente, mas que ainda não expôs seus belos quadros. Este poder de fazer arte é oque mais amo no povo francês, foi o que me fez estudar esta bela língua e me tornar professora de francês no meu país. Amo a França e seu povo maravilhoso!
Maurício Christovão
Post interessante, com uma visão da vida bem diferente, mas pelo jeito muito feliz. Gostei da forma carinhosa com que acolheram Aline. Pena que Mme S. não é rica, então vou ter que esperar minha aposentadoria…
Fátima Eliane Esteves Peres
Gostei do post, da história deste pintor francês e sua visão da vida.
André
É fácil viver de arte em Paris?
[…Se um pintor não possui um mecenas ou um patrocinador é muito difícil viver. Ele viverá na miséria…]
Triste realidade não só no Brasil mas no mundo…artistas são altamente desvalorizados…
Mirella Cozzi
Adorei o post. É bom saber que tenho uma alma gêmea em Paris.