Tenho acompanhado as reações sobre a interdição de fumar nos lugares públicos em Paris, em vigor desde o dia 1 de janeiro 2008.
Interessante os argumentos desenvolvidos na imprensa internacional, a brasileira incluída.
O primeiro, a proibição é uma ameaça à identidade cultural francesa. Onde se viu os cafés de Paris sem a fumaça dos cigarros, se Sartre estivesse vivo estaria chocado com este dipositivo. Este argumento estabelece relação entre fim da fumaça, fim da convivialidade, fim dos cafés lotados e fim das conversas sem fim.
O segundo fala de deriva totalitária, invasão do estado na área do livre arbítrio. O cidadão tem o direito de escolher morte por cancer do pulmão.
Eles esquecem que o cigarro é o mais serial de todos os killers do universo. O cigarro é uma indústria sem escrúpulos que ataca adolescentes utilizando meios eficazes de marketing.
Esquecem que não é proibido fumar na França, só proibido obrigar seu vizinho não fumante dividir com você sua fumaça, crianças incluídas, nos lugares públicos. Que esta lei pode ser vista como uma retomada da liberdade dos não fumante.
Verdade seja dita os cafés estão cheios, o ar respirável e as conversas continuam sem fim.
Leia um artigo excelente sobre o assunto, em francês, no www.lemonde.fr
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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5 Comentários
zuleica
Pesquisando posts antigos, topei com este sobre fumantes em Paris.
Lembrei de uma história engraçada e marcante.
Em minha primeira viagem à Paris, no aeroporto Charles De Gaulle, na volta, estávamos eu, marido e filho aguardando o a hora do vôo. Fumante inveterado, meu marido se desespera com os avisos de proibido fumar. Acostumado com os “fumódromos” espalhados pela Europa, chega perto de um guarda e pergunta:
– Onde posso fumar neste aeroporto?
– Em lugar algum senhor, não temos locais para fumar.
– Então como faço, pergunta o viciado, já desesperado.
– O senhor acende seu cigarro, se alguém reclamar o senhor apaga!, foi a resposta do guarda francês, nos deixando, aos três, de boca aberta.
Manifestação do “jeitinho” francês.
Mari
Excelente. Sinal dos novos tempos. Ninguém é obrigado a conviver com essa fumaça fétida horrorosa, quanto mais comer e beber com ela. Não sei mais do que precisam os fumantes além dos milhares de estudos provando o quanto a fumaça alheia prejudica o não-fumante… quanto a isso, não há argumentação que adiante. Que se acabem de fumar, mas muito, muito longe de mim!!
alerib
Excelentes considerações, Maria Lina. Concordo com todas elas. Sempre me espanto que os fumantes adoram bradar aos 4 ventos contra a intervenção em relação aos seus direitos enquanto acendem um cigarro na mesa ao lado, obrigando todos em volta a comerem suas refeições com um aroma extra de tabaco.
(Ah, e em relação à sua pergunta no meu blog, Alessandra Monachesi Ribeiro, psicanalista, doutoranda em teoria psicanalítica pela UFRJ, e uns outros tantos etcs.)
Abraço
Dé
Eu tb estou amando. Agora posso saborear tranquilamente e deliciosa gastronomia francesa, sem nenhuma interferência!
Nada contra quem fuma, mas desde que seja bem longe de mim. Meu pulmão agradece.
🙂
elaine
eu tô adorando!
nunca respirei tão bem em paris antes…
sem falar que em diversos restaurantes que eu já frequentava e ficava na área não-fumante, agora posso ficar nas melhores mesas, antes reservadas à maioria fumante…
beijos!