A França restituiu à Nova Zelandia a primeira das quinze cabeças maories que ela detém. Assim, o seu país de origem poderá enterrá-la segundo os costumes tradicionais.
A Nova Zelândia dirige uma campanha internacional há mais de trinta anos para obter o retorno dos restos humanos que os colonos europeus trouxeram ao longo dos séculos. Durante muito tempo os dirigentes franceses negaram a restituição e permaneceram completamente surdos aos argumentos baseados na necessidade de respeito às tradições religiosas e culturais.
Persistentes, os dirigentes desta campanha conseguiram mudar as mentalidades. As cabeças deixaram de ser simples obras de arte ou objetos étnicos interessantes. A França devolve restos humanos que merecem respeito.
A capa da revista Piauí do mês passado exibe uma obra de Gabriel Orozco, herdeira da tradição maorie.
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10 Comentários
Eduardo Marques
“…para obtenir o retorno…”
Engraçado, como a gente fica tão imerso que nem percebe quando acaba misturando as coisas. O francês e o português se misturam com força em alguns textos seus.
conexaoparis
Eduardo Marques
Nossa, a coisa está feia mesmo. Quando defendi minha tese de doutorado aqui, no final o diretor me felicitou pelas quatro palavras que tinha criado em francês.
Invento em português e em francês. Um horror.
Obrigada. Vou corrigir.
Maurício Christovão
Os gregos estão reclamando com os ingleses há um tempão a devolução dos frisos do Parthenon.E por aí vai… Na época das colônias, as metrópoles européias tiraram o que quiseram dos países da África e da Ásia e expunham(e ainda expõem) os objetos nos seus museus. Acredito que muita coisa se salvou da deterioração, da depredação ou mesmo do roubo puro e simples, já que naquela época poucos países tinham condições ou interesse em cuidar de seu patrimônio histórico.
Mas as coisas mudam, e muitas nações hoje reivindicam a devolução de seus tesouros nacionais.
Luciano Melo
É uma questão difícil…
É claro que grande parte dos acervos de grandes museus foram constituídos de saques e pilhagens. Mas também não devemos ver isso apenas com os olhos de hoje. A colonização e os domínios foram o que fizeram o mundo de hoje. Todos os países já foram colônia de alguém. A própria Europa foi dominada pelo império romano, pelos bárbaros, por muçulmanos por asiáticos e por aí vai. Era a filosofia da época, guerrear, aumentar domínios. O fato é que principalmente na arqueologia as grandes potências na área (EUA, Inglaterra, França e Alemanha) dedicaram muito dinheiro e estudos nesta área. Expedições e escavações que demoravam anos e até decadas, fábulas de dinheiro gastas, vidas perdidas e quando algo era encontrado a quem pertenceria? Muitos desses tesouros talvez estivessem até hoje perdido se não fossem o trabalhos de governos e universidades dos países colonizadores. Se não houvesse a certeza da posse talvez o empenho fosse muito menor. Hoje em dia as coisas mudaram e mesmo alguns países que não fazem parte desta elite tem condições de guardar e cuidar destes achados, mas antigamente não era assim.
Amélia
Não só so museus de Paris, mas os de Londres e NY, ficariam bem vazios …..
Tatyana Mabel
Lina,
Grande parte das “artes” dos países colonzadores é, sem dúvida, fruto da expropriação cultural dos povos colonizados. Bons exemplos disso podem ser atestados em inúmeras alas do Louvre, do British Museum e até do sacro Museo do Vaticano. Devolver as cabeças Maori é abrir um precedente sem precedentes e coloca em xeque a propriedade dos objetos de arte e cultura conseguidos em situações de desigualdades bélica e cultural.
conexaoparis
Tatyana
Grande tema polêmico.
Concordei com a devolução da cabeça.
Vou por etapas para não ficar aflita.
Senão o Louvre acaba. Risos.
Vil Muniz
Que bom que a França devolveu!!
Monica Breuer
Bom……… se essa moda pegar, os museus franceses vao ficar um pouco vazios já que muitos objetos foram pilhados de outros paises , como do Egito por exemplo! Mas de qualquer maneira é certo que se deve devolver obras e objetos que são reivindicados por seu país de origem!
Monica.
Ludwig Wallerstein Neto
Eu particularmente acho essas cabeças horríveis.
Nem de graça eu queria uma delas…
Admiro toda forma de arte, mas não curto coisas bizarras!
Ludwig