Paris possui dois bares-instituição no universo dos coquetéis: o Hemingway, situado dentro do Hotel Ritz e atualmente fechado para reformas, e o Harry’s New York que foi literalmente desmontado em Nova York, trazido para Paris e aqui remontado em 1911. O 1° é famoso por ser um dos locais prediletos do escritor Ernest Hemingway, o 2° por ser o local onde foi criado o bloody mary.
Bar Hemingway no Hotel Ritz (foto: Pablo Sanchez no Flickr)
Como tenho estado viciado em drinks (principalmente em gim tônica, o meu preferido nos anos 90) resolvi, em um domingo recente, conhecer o Harry’s Bar. Confesso que a escolha não foi das melhores pois domingo é o único dia onde não há pianista (veja a programação aqui) e o local estava meio vazio. Havia alguns casais de turistas curiosos que tomavam um drink e iam embora mas faltavam os clientes habituais e aquele algo a mais que torna um ambiente excitante e cativante.
Harry’s New York Bar (foto retirada do Facebook do bar)
Enquanto estava saboreando meu gim tônica, meio entediado, comecei a pensar e a problematizar a situação. Várias vezes nós turistas nos impomos a “obrigação” de conhecer certos locais (bares, cafés, restaurantes) tradicionais das cidades que visitamos. Lugares que foram influentes e importantes em outra época ou que foram frequentados, em um passado distante, por escritores, pintores e artistas mas que, hoje em dia, não têm muito mais a acrescentar.
Não seria mais interessante aproveitar o pouco e precioso tempo que temos como turista e ir a um bar, café ou restaurante que melhor traduzissem o espírito da cidade que estamos visitando? Ou ir àquele bar na esquina do hotel, sem fama, mas cheio de moradores das redondezas que podem nos passar dicas preciosas? E que tal um local com uma boa mistura de habitués e turistas, nativos e forasteiros que faz o ambiente vivo e pulsante? Imediatamente pensei no Avant Comptoir e no Mama Shelter. Quem sabe em algumas anos esses locais serão o novo Harry’s Bar – cheios de histórias para contar – e você poderá dizer que já o frequentou quando esteve em Paris.
P.S.: apesar da problematização pretendo voltar ao Harry’s Bar no dia que o pianista estiver tocando.
Bar Hemingway: 15 Place Vendôme, 75001
Harry’s New York Bar: 5 rue Daunou, 75002
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4 Comentários
Patrícia
Rodrigo! Perfeito esse post e a tua “problematização” do assunto! O bar mais fantástico que já fui em Paris eu não sei nem o nome. Foi perto do hotel (perto da République) na primeira vez que fui a Paris. Era meu segundo dia na cidade e ainda estava traumatizada com a grosseria dos taxistas. Entramos para fugir do frio. Mas aquele bar cheio de parisienses fumando (sim , podia fumar…), com uma música boa e uma comida SIMPLESMENTE PERFEITA me conquistou na hora… Acredito que a minha relação com os bares/pubs/cafés é muito mais essa que acontece no momento do que locais famosos “tem que ir”.
Rodrigo Lavalle
Patrícia, obrigado! Fico feliz que você tenha captado o espírito do post.
Abraços.
Rosiris
Vocês podem nos indicar um local para ouvir música francesa? Bar ou restaurante? Estaremos em Paris em maio e gostaríamos de uma indicação, se possível. Grata
Mauricio Christovão
Um bar com tradição, um bom barman e um ambiente antigo é tudo de bom!!!