por Rodrigo Lavalle
Talvez por morar há relativamente pouco tempo em Paris eu ainda não tenha enjoado da comida francesa e nem dos ambientes tipicamente locais. Adoro os cafés antiguinhos e gastos pelo uso e pelo tempo e suas terraces apertadas onde se pratica o melhor esporte parisiense: ver a vida e seus personagens passarem.
Porém, de uns dois anos para cá uma nova onda de cafés tem surgido e proliferado por Paris. Eu costumo chamá-los de “cafés hipsters do Brooklyn” porque eles me lembram os típicos cafés (coffee shops) daquela vizinhança novaiorquina. O que diferencia esses novos cafés dos tradicionais cafés parisienses é a abordagem de connaisseur. Há neles uma preocupação em ampliar e divulgar a cultura em torno do café, sua origem, tipos e novas formas de preparo e degustação. Seus donos correm o mundo procurando novos produtores e grãos excepcionais.
Nos quesitos interior e decoração, esses locais são quase sempre minimalistas com chão de cimento e paredes inacabadas ou de tijolos aparentes. O mobiliário é bem ‘seco’ e de influência escandinava. No geral os ambientes são aconchegantes e convidativos. Todos eles oferecem wi-fi gratuita, uma forma de atrair o público e manter o local sempre cheio e borbulhante.
A clientela é, na sua maioria, jovens com seus laptops Apple. Todos concentradíssimos no trabalho ou no Facebook. E, como que confirmando o apelido “cafés hipsters do Brooklyn”, muitos dos garçons, dos baristas e dos frequentadores são norte-americanos.
Além do café e suas inúmeras variações, são servidos sucos e smoothies feitos na hora; refeições rápidas; bolos e doces tipicamente ingleses ou norte-americanos como cheesecakes, cookies, brownies, scones e bolo de cenoura.
Outra característica desses cafés é a sua localização fora do circuito tradicional e turístico. Alguns deles foram corajosos o bastante para se instalarem em vizinhanças onde são o ‘patinho feio’ e outros estão desbravando regiões mais distantes e inóspitas da cidade.
Coutume – 47 rue de Babylone, 75007
Localizado no chique, elegante e por vezes tedioso 7° arrondissement de Paris, o Coutume está um pouco deslocado em meio a outros estabelecimentos mais tradicionais da rue Babylone.
Ele foi um dos pioneiros dessa nova onda de coffe shops, sendo inclusive o fornecedor de grãos para outros cafés similares e para alguns restaurantes da cidade.
Sua fatia de brownie é um tijolo de tão grande!
(ESSE CAFÉ NÃO EXISTE MAIS)
Black Market Café – 27 rue Ramey, 75018
Pequeno e aconchegante, fica na parte de trás da colina de Montmartre. Como a região não é turística, o BMC funciona mais como um point dos moderninhos da região.
KB Caféshop – 53 avenue Trudaine esquina com rue des Martyrs, 75009
Sempre cheio, o KB está estrategicamente fincado em uma esquina deliciosa de SoPi – South Pigalle – a região efervescente, jovem e criativa ao sul da estação de metrô Pigalle. O must é sentar do lado de fora e assistir ao desfile dos tipos da vizinhança. Simplesmente adoro!
Café Lomi – 3 rue Marcadet, 75018
Grande e cheio de luz, o Lomi está em um prédio novo e moderno bem ao norte de Paris, nos limites do quartier de população de origem norte-africana conhecido como Goutte d’Or. Ele foi o primeiro comércio com esse perfil a se instalar na região; recentemente uma loja de móveis escandinavos abriu ao lado. Parece que a Goutte d’Or, como existe hoje em dia, está com os dias contados.
Descontos e presentes aos leitores do Conexão Paris
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14 Comentários
Malu
Ola Lina, nossa nao sei quantos vezes visito seu site por semana ! Mas estarei visitando mais uma vez Paris , dessa vez em setembro pela primeira vez pois sempre viajo em maio ou junho. Entao duas perguntas . 1) como é o clima : Irei dia 28 de agosto ate 4 de setembro e retorno de 20 a 24 de setembro.
2) Gostaria de fazer uma visita ao estadio de Roland Garros , mas ouvi dizer que ele entrará em obras , será que havera visita nessa epoca ?
Obrigada . qq outra duvida escrevei ok ?
beijos
Malu
Lina
Malu
Ok. Qualquer dúvida estamos aqui.
Não sei nada ainda sobre a reforma do estádio. Mas até lá saberemos via mídia.
Eu gosto muito do mês de setembro. Entramos devagar no outono. Temperatura agradável, início da programação cultural. Ideal para andar muito e beber vinhos.
Rodrigo Lavalle
Jane, também fiquei encantado com o local!
Abs,
Rodrigo