[Atualizado em 2022] Os doces franceses são inigualáveis e inesquecíveis. Muitos deles são receitas tradicionais, conhecidas no mundo todo. Sempre belos e atrativos, eles fazem parte do patrimônio cultural da França e são a cara do país.
Nosso artigo te apresenta 15 sobremesas e doces franceses tradicionais e onde degustá-los em Paris.
Durante sua passagem pela França, esqueça a dieta e se jogue no mundo colorido, açucarado e amanteigado dos doces franceses.
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15 doces franceses e onde degustá-los em Paris
Na nossa lista, há doces franceses – os quais você consegue comprar rapidamente nas confeitarias (pâtisseries) e padarias (boulangeries) da cidade – e há sobremesas francesas – para degustá-las será preciso ir a um restaurante. Clique aqui ou na imagem para baixar o infográfico.
No térreo das Galeries Lafayette Gourmet e Casa (35 boulevard Haussmann) você encontra muitos dos doces citados abaixo. Clique aqui e leia nosso artigo sobre o local e clique aqui para assistir ao vídeo que fizemos.
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1) Éclair / bomba
O éclair é a nossa conhecida bomba. O doce é feito com uma massa de farinha de trigo cozida duas vezes (pâte à choux) recheado com creme – que pode ter vários sabores – e coberta com uma calda endurecida, geralmente com o mesmo sabor do recheio.
Até meados do século XIX, o éclair era chamado de pain à la duchesse ou petite duchesse. O nome éclair (relâmpago, em português) vem do fato de comermos o doce rapidinho! Já o nome em português, bomba, diz respeito ao fato de, à primeira mordida, o doce “estourar” na boca com seu recheio cremoso.
Outros doces feitos com a mesma massa do éclair — a pâte à choux — e que você também encontra nas confeitarias e padarias francesas: paris brest, profiterole, religieuse, saint-honoré.
Onde comprar: L’Éclair de Génie nas Galeries Lafayette Gourmet (35 boulevard Haussmann, 75009) ou na loja própria (14 rue Pavée, 75004).
Clique aqui e leia nosso artigo sobre o L’Éclair de Génie.
2) Macarons
O macaron é o “doce frances pequeno redondo e recheado” que tanta gente adora e nos pergunta o nome. Ele e o éclair são os dois doces franceses mais conhecidos no mundo.
O macaron parece um biscoitinho recheado: as casquinhas são feitas de amêndoas em pó, açúcar e claras em neve e o recheio pode ser geleia, ganache ou creme à base de manteiga.
A história mais difundida é que o macaron – ainda na sua versão sem o recheio – nasceu no Oriente Médio, sendo introduzido na Europa – principalmente Itália – durante a Idade Média. De lá, ele chegou à França durante o Renascimento. Foi Catarina de Médici, ao se casar com o futuro rei francês Henri II, quem apresentou os franceses ao maccherone no século XVI.
O macaron que conhecemos hoje – dito parisiense, com duas casquinha unidas pelo recheio – foi inventado em meados do século XIX por Pierre Desfontaines, primo de 2° grau do fundador da Ladurée, então uma simples confeitaria e casa de chás, e hoje o império mundial do macaron.
Onde comprar: Pierre Hermé (39 avenida Opéra, 75002 | 86 avenue des Champs Elysées, 75008 | 18 rue Sainte-Croix de la Bretonnerie, 75004)
3) Crème brullée
Creme feito com gemas de ovos, aromatizado com baunilha e coberto por uma camada crocante de açúcar caramelizado.
O creme brulée provavelmente é uma versão do famoso creme catalão. Em 1691, de passagem por Perpignan, François Massialot — oficial responsável pela alimentação do rei — anotou as receitas interessantes das regiões que atravessou, incluindo, provavelmente, a do creme catalão. Para aquecer um creme frio servido ao pequeno Philippe d’Orleans (o futuro regente), ele usou um ferro quente na cobertura de açúcar polvilhado, que caramelizou.
Onde degustar: restaurante Bouillon Racine (3 rue Racine, 75006) ou restaurante Chez Janou (2 rue Roger Verlomme, 75003)
4) Mi-cuit au chocolat
O mi-cuit au chocolat é o nosso famoso petit gateau! Aquele bolinho que ‘solta’ uma calda quente quando partido.
Foi o chef francês Michel Bras que, em 1981, em seu restaurante na cidade de Laguiole, inventou o mi-cuit au chocolat.
Atenção quando estiver lendo os cardápios nos restaurantes franceses para não confundir o mi-cuit com o fondant au chocolat. Esse último é um bolo mais denso, firme e pegajoso.
Onde degustar: Le Castiglione Café (235 rue Saint Honoré, 75001).
5) Tarte au citron
A torta de limão é também um clássico dos clássicos dos doces franceses.
Feita com uma base fina de massa chamada sablée sobre a qual, depois de assada, jogamos o creme feito com ovos, açúcar, suco de limão e raspas da casca do limão.
A torta de limão pode vir também coberta com merengue.
Onde comprar: Pâtisserie Sébastien Gaudard (22 rue des Martyrs, 75009 | 1 rue des Pyramides, 75001).
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6) Millefeuille
O millefeuille (mil folhas) é feito de 3 camadas de massa folhada crocante separadas por um creme chamada patissière (o mesmo tipo de creme que recheia o éclair). Devido a natureza da massa folhada, cada uma das três camadas do millefeuille é formada de várias folhas, daí o nome mil folhas. Esse é um dos doces mais leves e delicados que existem.
Os bizantinos, na época romana, já preparavam um bolo feito de várias camadas de massa crocante e coberto com mel. Alguns séculos depois, as invasões árabes do século IX trouxeram para o sudoeste da França receitas muito semelhantes à do millefeuille.
Mas o millefeuille atual teria sido criado por François Pierre de La Varenne – que o descreve em seu livro Le Cuisinier François em 1651 – e aperfeiçoado por Marie-Antoine Carême no começo do século XIX.
Onde comprar: Pâtisserie Des gâteaux et du pain (89 rue du Bac, 75007) ou Pâtisserie Hugo & Victor (40 Boulevard Raspail, 75007).
Clique aqui e leia mais sobre a confeitaria Des gâteaux et du pain.
7) Baba au rhum
O baba au rhum é um bolo leve e areado, embebido com rum e servido com creme chantilly.
Diz a lenda que esta sobremesa teria sido inventada durante a primeira metade do século XVIII, quando o rei da Polônia, Stanislas Leszczynski, sogro de Luís XV, achando o kougelhopf (um brioche da região da Alsácia) muito seco pediu que ele fosse regado com vinho Tokay (um vinho húngaro). Mais tarde, o vinho foi substituído pelo rum.
Onde comprar: Pâtisserie Cyril Lignac (133 rue de Sèvres, 75006 | 24 rue Paul Bert, 75011).
8) Tarte tatin
Torta invertida de maças caramelizadas. “Invertida” pois a torta é servida com a massa no fundo e as maças por cima; diferente da tradicional torta onde a massa cobre as maças. É servida quente com creme chantilly ou sorvete de baunilha.
Diz a lenda que a tarte tatin foi inventada por acidente, no fim do século XIX, pelas irmãs Tatin (Caroline e Stéphanie) proprietárias do Hotel Tatin, na cidade de Lamotte-Beuvron.
A receita da torta foi sendo ensinada oralmente de pessoa para pessoa até aparecer, em 1921, na publicação Blois et le Loir-et-Cher, escrita por Paul Besnard em 1921, que a chamou de “La Tarte des Demoiselles Tatin” (a torta das senhoritas Tatin). Em 1926, o famoso crítico culinário Curnonsky publicou essa mesma receita em seu livro La France Gastronomique e então a tarte tatin ganhou fama.
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Onde comprar: Au Petit Versailles du Marais (1 rue Tiron, 75004).
Clique aqui e conheça a história desse doce e sua receita.
9) Tarte au chocolat
A torta de chocolate francesa não tem nada a ver com as nossas tortas úmidas e com várias camadas. Assim como a torta de limão, ela se parece com um empadão sem a ‘tampa’.
A base é também feita com a massa sablée que, depois de previamente cozida, é preenchida com um calda feita de chocolate derretido e creme de leite.
Onde degustar: Pierre Hermé (86 avenue des Champs-Elysées, 75008 | 53-57 rue de Grenelle, 75007).
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10) Île Flottante
O que chamamos hoje em dia de île flottante é, na verdade, a sobremesa conhecida como œuf à la neige, ou seja, ovo em neve. Na sua origem, o nome île flottante designava uma outra sobremesa, feita com biscoitos da Savóia.
A île flottante (ilha flutuante, em português) atual é feita de pedaços de claras em neve – previamente cozidas em água ou leite fervente – servidas flutuando em creme sabor baunilha (crème anglaise).
Onde degustar: Restaurante Georgette (44 rue d’Assas, 75006).
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11) Riz au lait
O riz au lait é como o nosso arroz doce: arroz cozido no leite com açúcar, aromatizado com baunilha e, geralmente na França, servido com calda de caramelo.
Mas o o riz au lait não existe somente na França e no Brasil. Há versões dessa sobremesa no mundo todo: na Escandinávia, é uma tradição de Natal; na Índia, é aromatizado com cardamomo, açafrão e outras especiarias; na Turquia, é engrossado com gemas de ovos; no Marrocos, ele é bem cremoso e muitas vezes aromatizado com flor de laranjeira e canela.
Onde degustar: restaurante À l’Épi d’Or (25 rue Jean-Jacques Rousseau, 75001).
12) Soufflé au chocolat
O suflê é um prato leve, super areado e versátil que durante anos foi o símbolo da culinária francesa no exterior. Ele pode ser doce ou salgado e ter vários sabores, sendo os mais famosos o de queijo e o de chocolate.
Alguns dizem que o suflê foi criado pelo chef Vincent de la Chapelle no começo do século XVIII. Outros dizem que o prato foi inventado no fim do século XVIII por Antoine Beauvilliers, chef que abriu o primeiro restaurante em Paris, no Palais Royal, pouco antes da Revolução Francesa.
Onde degustar: restaurante Le Récamier (4 rue Juliette Récamier, 75007).
Clique aqui e leia nosso artigo sobre o restaurante Le Récamier.
13) Caramelos
O caramelo é amplamente usado na culinária francesa em uma variedade de doces, sobremesas, coberturas e balas: nougats, pralines, pudins, crème brûlée, crème caramel, tarte tatin etc.
As balas de caramelo salgado são a especialidade da região francesa da Bretanha. O caramelo salgado foi inventado em 1977 pelo chef confeiteiro francês Henri Le Roux – em Quiberon, na Bretanha – que misturou o caramelo com nozes trituradas e manteiga contendo cristais de sal – e se tornou um sucesso instantâneo e duradouro.
Segundo matéria publicada em 2017 pelo jornal britânico The Independent, o caramelo salgado – por conter açúcar, sal e gordura – deixa o nosso cérebro curioso e sedendo por mais pois, a cada mordida, nosso paladar detecta um sabor diferente. Esse processo é conhecido como hedonic escalation, em oposição ao hedonic adaptation, quando nosso cérebro “cansa” de algo que já comemos muito.
Onde comprar: Jacques Genin (133 rue de Turenne, 75003).
Clique aqui e aprenda a receita do caramelo com manteiga salgada.
14) Paris Brest
O Paris Brest é um doce em forma de roda de bicicleta em homenagem à corrida de bicicleta entre as cidade de Paris e Brest. É feito de massa choux (a mesma do éclair) recheada com um creme mousseline praliné (avelãs), polvilhado com amêndoas cortadas.
A sua criação é atribuída a vários chefs cujas confeitarias ficavam ao longo do trajeto da corrida, entre eles: Louis Durand, da cidade Maisons-Laffitte, que o teria inventando em 1909; Monsieur Bauget, também de Maisons-Laffitte, mas em 1891; um chef confeiteiro dos subúrbios de Paris o teria criado em 18915 e, finalmente, um chef confeiteiro de Chartres chamado Gerbet.
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Onde comprar: Yann Couvreur nas Galeries Lafayette Gourmet (35 Boulevard Haussmann, 75009).
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15) Crepes
O crepe é a food truck francesa por excelência, antes mesmo da comida de rua virar moda. Os crepes doces são como panquecas, feitos com farinha de trigo branca e com vários tipos de recheios (calda de chocolate, nutella, geleias variadas e, o mais básico de todos, somente açúcar).
Na França, o crepe surgiu na Bretanha, no século 13, mas diz a lenda que ele existe no mundo há mais de 7 mil anos. Leia nosso artigo que explica mais sobre os crepes e ensina duas receitas.
Onde degustar: Breizh Café (1 rue de l’Odeon, 75006 | 109 rue Vieille du Temple, 75003 | 14 rue des Petits Carreaux, 75002).
Clique aqui e leia nosso artigo sobre o Breizh Café.
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O chef pâtissier – o mestre dos doces franceses
Dominar arte dos doces franceses demanda tempo e habilidade. O chef pâtissier deve ser bem mais meticuloso que o chef tradicional.
Diferente dos pratos salgados, onde a improvisação e a adaptação das receitas são bem vindas, os doces seguem regras e receitas precisas na sua confecção. Um grão de açúcar a mais e a receita desanda.
Tiramos a toque (o nome em francês do chapéu de chef de cozinha) à habilidade e genialidade dos chefs pâtissiers franceses. Tudo que fazem é delicioso!
A melhor escola de confeitaria da França
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O curso intensivo de pâtisserie dura 5 meses com até 12 horas diárias de aula e, em seguida, um estágio de alguns meses em uma confeitaria. Há aulas práticas e teóricas, inclusive de artes, afinal de contas, a pâtisserie é considerada uma arte na França.
Para saber mais leia esse artigo.
Leia também sobre doces franceses:
- Os doces franceses são menos doces que os brasileiros?
- Os tradicionais doces franceses de Natal
- 20 tradicionais pratos franceses e onde comê-los em Paris
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9 Comentários
Gustavo Woltmann
Eu não sabia que os macarons eram franceses. Bem, agora não posso deixar de prová-los quando for à França haha.
Jacqueline Rosenboim Nascimento
É foi a minha sobremesa ovacionada p/ meu genro e a sogra de minha filha, no almoço no barco Ducasse Sur Seine.
Rodrigo Lavalle
Jacqueline, nos conte como foi a experiência no barco Ducasse Sur Seine.
Monica Tinoco
Amo creme brulé… comia todos os dias na minha estadia em Paris em Agosto/2017. Até os que vendem no Monoprix são maravilhosos!
MônicaSA
Me perco por éclair, millefeiulle, macarrons. Impossível resistir. J’adore!!!!
Cristiane Pereira
Maravilhoso esse infográfico! Sou chocólatra e viciada em doces, assumida!!! Em Paris posso ate comer comida de supermercado se for preciso – mas não abro mão de um bom docinho, de uma patisserie! São minha perdição!!! A propósito, estou achando que os macarons do Pierre Hermé deram uma caída. Já os do Pierre Marcolini, que eu não conhecia, e que tem uma loja bem ao lado de onde estou (para meu desespero!), estão maravilhosos!