O vinho rosé é considerado o vinho do verão por excelência. Existem aqueles mais leves, para beber à beira da piscina, e os mais densos, para refeições. Nosso artigo explica tudo.
Por Ana Carolina Dani, sommelière brasileira.
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Vinho rosé e verão
Ė bastante comum associar a chegada do verão europeu ao vinho rosé.
Na Provence, principal região produtora na França, os rosés são indissociáveis dos churrascos à beira da piscina, dos drinks ao cair da tarde e das deliciosas conversas às margens do Mediterrâneo, refrescadas pela brisa do Mistral.
Se os rosés são considerados os vinhos do verão por excelência, não devem ser estigmatizados como crus de menor qualidade.
Assim como para brancos e tintos, existem rosés de boa e má qualidade, assim como rosés mais leves, para beber à beira da piscina, e rosés mais densos e estruturados, para acompanhar refeições.
A França é o maior produtor de vinho rosé do mundo, sendo responsável por 28% da produção mundial.
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Vinificação e estilo dos vinhos
Salvo na região da Champagne, os vinhos rosés não são o resultado da mistura de vinho branco com vinho tinto.
Também não existem uvas “rosés”. Um vinho rosé é feito com uvas vermelhas, as mesmas usadas para a fabricação dos tintos. O que muda é a técnica de vinificação e o tempo de maceração, quer dizer, o período em que as cascas da uva ficam em contato com o mosto.
Existem, basicamente, dois tipos de vinificação para os vinhos rosés.
Vinificação rosé de sangria
A primeira é o que na França se chama de rosé de saignée (rosé de sangria), técnica utilizada para obter vinhos rosés a partir da vinificação de vinhos tintos.
O procedimento consiste em abrir a torneira das cubas durante a maceração da vinho – e antes do início da fermentação – para retirar um líquido mais claro.
Para obter o vinho rosé, o período de maceração, em que as cascas das uvas ficam em contato com o mosto, varia de alguns minutos a algumas horas. Já para obter os tintos, esse processo é bem mais longo, podendo ir de alguns dias a várias semanas.
Além do mais, a maceração para os rosé se faz em meio “aquoso”, ou seja, antes do início da fermentação, o que possibilita uma extração mais suave dos componentes da uva, entre eles a cor, aromas e taninos.
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Vinificação prensagem direta
A segunda técnica é chamada de pressurage directe (prensagem direta). As uvas são colhidas e prensadas rapidamente, como para a elaboração dos vinhos brancos.
O suco de uva que resulta da prensagem, que se chama mosto, é enviado para as cubas e a fermentação começa. Nesse caso, como o tempo de contato entre as cascas e o mosto é menor do que nos rosés de sangria, os vinhos serão mais claros, mais leves, normalmente com menos teor alcoólico.
Procedimento rosé de corte
O outro procedimento, bem menos comum, é o “rosé de corte”, em que o vinho tinto é misturado ao vinho branco. Na França, essa técnica só é autorizada para a produção do champanhe rosé.
E vale aqui ressaltar que se trata de um método muito mais elaborado do que simplesmente misturar vinhos prontos. O “corte” para a elaboração do champanhe é realizado antes da segunda fermentação em garrafa, que vai dar origem à efervescência do vinho.
Como o maestro de uma orquestra, o “chef de cave” compõe a obra final dosando os vinhos tranquilos (ainda não-espumantes), feitos de Chardonnay, Pinot Noir ou Pinot Meunier. Em seguida, o champanhe repousa entre um mínimo de 1 ano até décadas sobre as borras na garrafa, o que contribuiu para modificar seu perfil aromático, estrutura e textura.
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Rosés leves, para o aperitivo
Provence:
- Domaine Saint-Andrieu, Côtes Varois, Clos de l’Oratoire = 15,00€
- Château Miraval, Côtes de Provence, Cuvée Pink Floyd, 2014 = 18,00€
Córsega:
- Domaine Saparale, Sartene, 2015 = 17,50€
- Domaine Pierreti, Coteaux du Cap Corse, 2014 = 19,00€
- Clos d’Alzeto Ajjacio, 2014 = 20,50€
- Clos Culombu, Calvi Rosé, 2015 = 20,50€
Rosés gastronômicos
Loire:
- Domaine des Poëte, AOC Reuilly, Le rosé des Poëte, 2014 = 26,00€
Provence:
- Mas Jullien, AOC Coteaux du Languedoc, 2014 = 13,00€
- Château de Haut Bailly, Bordeaux, 2014 = 15,00€
- Domaine de la Mordorée, AOC Tavel, Dame Rousse, 2014 = 16,00€
- Château de Pibarnon, AOC Bandol, 2014 = 26,00€
- Domaine Tempier, AOC Bandol, 2015 = 27,00€
- Château de Bellet, AOC Bellet, le Clos Rosé, 2014 = 37,00€
- Château Simone, AOC Palette, 2014 = 45,00€
Champagnes:
- Domaine Morel, Rosé des Riceys, 2009 = 27,00€
- Champagne Legrand, Rosé = 38,00€
- Ruinart, Brut Rosé = 58,00€
- Bollinger Rosé = 62,00€
- Egly-Ouriet, Brut Rosé = 64,00€
- Roederer, Rosé Milésimé, 2010 = 65,00€
- Mailly, Intemporelle, Rosé, 2008 = 71,00€
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10 Comentários
Anderson Pereira
Em tempo: os rosés AOC Cotes-de-Cassis também são muitos bons, assim como os AOC Tavel.
Anderson Pereira
O Miraval é excepcional. O Pink Floyd não se encontra mais. Agora só a versão normal 2015 (demi bouteille, normale e magnum). Lembrando que o Miraval tem um excelente branco e o novo tinto! Rose não passa de €18,00, branco €20,00 e tinto €24,00. A rede Monoprix e Cassino em todo o sul da França tem apenas o rosé. Os demais somente em delicatessen ou nas associações dos viniviticultores das maiores cidades da Provence, tal como Chateuneuf-du-Pape, Menèrbes (Maison de la trufe). Em Aix, as grandes redes de supermercados vendem excelente AOC Cotes-de-Provence em caixas (vin in box de 3litros) ou nas caves pelas estradas departamentales por menos de €20,00! Santé!
Plinio Pecly
Falando sobre vinho rosé nacional, sugiro que provem o da Villa Francioni (Santa Catarina). Gostei muito!! Abraços a todos.
Raquel
Passei minha Lua de Mel aí agora em Maio e não passei um dia sem tomar um vinho rosé. Amei! Pedi por curiosidade ao ver tanta gente tomando e me apaixonei!!
Mauricio Christovão
Beleza de post!!! Muito didático e tentador.
Chris Samira
O melhor rosé que tomei na vida foi um de Provence, que trouxe de uma viagem. Inesquecível. Mas não guardei o nome… rsrs adorei ver post sobre vinho aqui no Conexão Paris. Escrevo com meu marido um blog sobre vinhos e sou apaixonada por Paris. Tipo… Combinação pefeita! Parabéns pelo blog!
Ana Carolina
Oi Heloisa, concordo com você. Os rosés estão super ligados a essa região maravilhosa. E, contrariamente ao que muitos pensam, existem rosés deliciosos, muito bem feitos e de qualidade. Além do mais, são super adaptados ao nosso clima no Brasil, não é mesmo ? Vou anotar a dica do brasileiro.
MonicaSA
Excelente post. Sempre quis saber a razāo da diferença de tonalidade entre os rosés. Agora já sei.
Heloisa Luz
Entre tantas coisas que me deixaram completamente apaixonada pela Provence, incluindo a Côte d’Azur, o vinho rosé é uma delas. Passei 20 dias maravilhosos na região no verão passado e sem exagero, não fiquei um dia sequer sem beber pelo menos uma taça de rosé. Sem falar nas garrafas q trouxe na bagagem. Conclusão: virou hábito! Mas por aqui ainda não há muita variedade de boa qualidade; gostei de um nacional
da vinícola Luiz Argenta, de Flores da Cunha.