Por Ana Carolina Dani, sommelière das Caves Legrand
A premissa pode parecer paradoxal, mas são certamente as pequenas safras que darão origem aos maiores vinhos. Pelo menos, serão os anos difíceis que melhor revelarão o talento de um produtor e a qualidade de um terroir. Pois produzir um grande cru quando as condições meteorológicas são ideais (como foi o caso em Bordeaux em 2005, 2009, 2010 e, mais recentemente, em 2015) é bem menos heróico que “domar” os caprichos do clima em anos difíceis.
Os vinhedos de Côte de Blaye em Bordeaux (foto: Blaye Côtes de Bordeaux no Flickr)
2011 em Bordeaux foi um desses anos “estranhos e misteriosos” que resultaram em vinhos surpreendentes e, muitas vezes, contrários a toda e qualquer lógica. Certas parcelas de vinhas que, normalmente, não resultariam em vinhos de excelente qualidade, fizeram crus surpreendentes. No outro sentido, alguns dos terroirs mais qualitativos da região deram origem a vinhos banais.
Mais do que qualquer outra safra dos últimos anos, 2011 é o exemplo evidente da força do clima e do impacto das condições metereológicas na produção do vinho. Mas ela mostra também que os produtores que melhor souberam se adaptar aos caprichos da natureza foram os que produziram os melhores crus.
Nessas condições, decisões como controlar o crescimeto da vinha, limitar o rendimento (quantidade de litros de vinho produzida por hectare), triar os bagos de maneira rigorosa e seletiva, entre outras, são cruciais para melhorar a qualidade. Porém, são decisões que têm impacto na produção e que primam pela qualidade em detrimento da quantidade. Infelizmente, nem todos os produtores puderam, ou quiseram, adotar esse caminho.
A vinha e o clima
Em 2011, as vinhas em Bordeaux apresentavam uma precocididade excepcional, devido, principalmente, a temperaturas excessivamente elevadas no início de abril e a uma primavera bastante quente. A floração, que é uma testemunha importante do ano vegetativo da vinha, se deu em meados de maio, ou seja, cerca de 3 semanas antes do que o hatibutal. As doenças que normalmente atacam os vinhedos nessa época, como o míldio e o oídio, estavam totalmente ausentes. Toda a França se preparava para colheitas precoces, como o que aconteceu em 2003, ano em que os termômetros registraram altas recordes.
Os vinhedos de Côte de Blaye em Bordeaux (foto: Blaye Côtes de Bordeaux no Flickr)
Porém, num revés digno de um cenário de filme de terror, a metereologia mudou e o mês de julho (verão na Europa) chegou trazendo os ventos do oeste e do sul com fortes chuvas e tempestades. A alternância entre tempestades e forte calor maltraram as videiras e os fungos apareceram com força total. A partir do mês de agosto, o sol voltou a brilhar e as chuvas cessaram de cair, mas por pouco tempo. O tempo era instável e as chuvas apareceram aqui e ali.
A colheita se fez entre uma estiagem e outra e o resultado foi bastante estranho: as uvas de terroirs mais “frios”, que normalmente amadurecem mais tarde, estavam prontas antes do que as uvas precoces, que são as primeiras a serem colhidas.
As primeiras degustações indicaram vinhos com textura macia e sedosa, porém com aromas e gostos surpreendentes, como uma mão de aço numa luva de seda. Vinhos que surpreenderam e que continuam surpreendendo hoje e que expressam, antes de mais nada, o talento dos melhores produtores da região.
São justamente esses produtores que as Caves Legrand selecionaram esse mês para os leitores do Conexão Paris. Como os preços estão bastante especiais, somente podemos vender as caixas fechadas (caixas de 3, 6 ou 12).
Nossa seleção dos melhores Bordeaux de 2011 (preços sem a detaxe)
Os Outsiders:
Château Bel Air la Royère, AOC Côtes de Blaye (caixa de 6) = 19,00€ / garrafa
Clos Puy Arnaud, AOC Côte de Castillon (caixa de 12) = 26,20€ / garrafa
Château des Eyrins, AOC Margaux (caixa de 6) = 27,00€ / garrafa
Château Les Ormes de Pez, AOC Saint-Estèphe (caixa de 12) = 29,50€ / garrafa
Château Quinault l’Enclos, AOC Saint-Emilion (caixa de 12) = 32,80€ / garrafa
Château Sociando Mallet, AOC Haut Médoc (caixa de 12) = 36,00€ / garrafa
Os Crus Classés do Médoc:
Château Pichon Baron, AOC Pauillac, 2° Cru Classé (caixa de 6) = 102,40€ / garrafa
Château Pichon Baron (foto: BillBl no Flickr)
Château Pichon Comtesse, AOC Pauillac, 2° Cru Classé (caixa de 12) = 109,96€ / garrafa
Château Montrose, AOC Saint-Estèphe, 2° Cru Classé (caixa de 12) = 100,80€ / garrafa
Château Rauzan Ségla, AOC Margaux, 3° Cru Classé (caixa de 12) = 82,50€ / garrafa
Château Duhart Million, AOC Pauillac, 3° Cru Classé (caixa de 12) = 86,52€ / garrafa
Château Lynch Bages, AOC Pauillac, 5° cru classé (caixa de 6) = 108,50€ / garrafa
Château Pontet Canet, AOC Pauillac, 5 cru classé (caixa de 12) = 96,22€ / garrafa
Château du Tertre (caixa de 12), AOC Pauillac, 5° Cru Classé = 36,65€ / garrafa
Pomerol et Saint-Emilion:
Château Canon-la-Gaffelière, AOC Saint-Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 70,25€ / garrafa
Château la Mondotte, AOC Saint-Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 152,73€ / garrafa
Château Gazin, Pomerol (caixa de 6) = 68,73€ / garrafa
Château Gazin (foto: Gironde Tourisme no Flickr)
Château Hosana, Pomerol ( caixa de 6) = 123,71€ / garrafa
Château La Conseillante, Pomerol (caixa de 12) = 109,96€ / garrafa
Château Petit Village, Pomerol (caixaq de 12) = 59,56€ / garrafa
Os Crus de Excepção:
Château Margaux, AOC Margaux (caixa de 6) = 504,00€ / garrafa
Château Mouton Rothschild, AOC Pauillac (caixa de 6) = 524,16€ / garrafa
Château Lafite Rothschild (Magnum), AOC Pauillac (caixa de 6) = 1.221,82€ / garrafa
Château Latour (Magnum), AOC Pauillac (caixa de 3) = 1.260,00€ / garrafa
Château Haut Brion, AOC Péssac Léognan = 534,24€ / garrafa
Château Figeac = AOC St Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 127,64€ / garrafa
Château Figeac (foto: Graeme Churchard no Flickr)
Château Angelus, AOC St Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 290,18€ / garrafa
Château Ausone, AOC St-Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 748,36€ / garrafa
Château Cheval Blanc, AOC St-Emilion Grand Cru (caixa de 6) = 678,20€ / garrafa
Château Lafleur, AOC Pomerol (caixa de 6) = 610,91€ / garrafa
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