Os franceses vêem os cemitérios de uma maneira diferente da nossa. Para eles, os cemitérios de Paris são um mundo fascinante onde se misturam arte e história. Os cemitérios são espaços verdes onde eles se refugiam da mineralidade urbana.
Père Lachaise (foto: stanze no Flickr)
Passear nos cemitérios é um momento de tranquilidade, de contemplação da beleza decorativa e arquitetural das sepulturas e da biodiversidade da natureza.
Salvo erro de interpretação, baseado na minha longa vida francesa, nós não enxergamos os cemitérios como um espaço cultural, histórico e sereno. Daí nossa surpresa quando descobrimos que os cemitérios parisienses atraem visitantes franceses e estrangeiros.
Père Lachaise (foto: John Althouse Cohen no Flickr)
Descobri a relação dos franceses com os cemitérios quando visitei o famoso Père Lachaise acompanhada por um guia da Escola do Louvre. Era como se estivéssemos admirando e estudando o acervo de um outro museu, situação enriquecida pelo prazer de estar ao ar livre rodeados por um parque.
Túmulo Allan Kardec no Père Lachaise (foto: R’s Photographie no Flickr)
Os cemitérios atraem também por um outro aspecto: a sedução exercida pelos túmulos de personalidades.
Se Jim Morrison é personagem importante da sua cultura musical, você ficará impressionado com o número de homenagens diárias que ele recebe no seu endereço eterno do Père Lachaise (leia aqui).
Grafite em árvore próxima ao túmulo de Jim Morrisson, no cemitério Pére Lachaise (foto de Oh Paris no Flickr)
Assim como Edith Piaf (leia aqui), Abelardo e Heloisa (leia aqui). As pessoas que gostam de Gainsbourg sabem que ele está no cemitério Montparnasse, assim como Jean-Paul Sartre. Uma vez mortos, eles se tornam personagens próximos e acessíveis.
Já que estamos falando de cemitérios, gostaria de contar uma peculiaridade da Córsega.
Os mortos desta ilha ocupam os mais bem localizados terrenos, aqueles com vista para o Mediterrâneo ou para os vales que separam suas inúmeras montanhas.
O cemitério de Bonifácio, na Córsega, com vista para o mar (foto de Sami Ben Gharbia no Flickr)
E um dos cemitérios mais bonitos é o de Bonifácio, no extremo sul da ilha com vista direta para a Sardenha. O maior insulto que você faz à uma família da Córsega é não comparecer ao enterro dos seus membros. Quando alguém morre, mesmo que você não o conheça, nunca tenho encontrado nem ele nem os membros da sua família, sua ausência no enterro será notada e anotada. O grande evento da vida de um corso é atrair ao seu funeral um número elevado de pessoas. Uma cerimônia com alguns gatos pingados é o medo de todos eles.
Para terminar, duas curiosidades ainda. Gostaria de mostrar o túmulo de Rudolf Nureyev que se encontra em cemitério afastado de Paris, por isso pouco conhecido e visitado. Ele foi enterrado no cemitério russo de Sainte Geneviève des Bois. O dançarino russo e diretor do Balé da Opera Nacional de Paris, de 1983 até 1989, possui uma tumba que se vê de longe. Ela é coberta por um tapete feito de mosaicos. Um tapete tipo kilim – Nureyev os adorava – vermelho, azul e dourado. As franjas do tapete são em bronze dourado, inspiradas na cortina que esconde o palco da Opera de Paris.
(foto: Toucanradio no Flickr)
Perto de Paris existe um outro cemitério tão famoso quanto o Père Lachaise. Trata-se do Cemitério dos Animais Domésticos. Aí estão enterrados animais vedetes e animais de vedetes. Animais de artistas famosos, duques, escritores. Os túmulos acolhem muitos cães e gatos. Mas também pássaros, coelhos, tartarugas, camundongos, peixes, cavalos. Seus mestres decoram as sepulturas e algumas são ricamente enfeitadas. Este cemitério faz parte da lista de monumentos históricos franceses como pitoresco, artístico e legendário. Dizem que este foi o primeiro cemitério de animais domésticos do mundo.
Cemitério Père Lachaise: 8 boulevard de Ménilmontant, 75020.
Cemitério Montparnasse: 3 boulevard Edgar Quinet, 75014.
Cemitério dos animais: 4 pont de Clichy, Asnières-sur-Seine.
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9 Comentários
Benjamin
Olá, tudo bem? Por favor, estou indo à Paris no final de setembro, será que vocês poderiam me dizer como chego no Cemitério Russo (Sainte-Geneviève-Bois) ? Obrigado
Rodrigo Lavalle
Benjamin, em uma das seguintes estações em Paris: Champ de Mars – Notre Dame, Pont de l’Alma, Invalides, Musée d’Orsay, Saint-Michel – Notre Dame, Gare d’Austerliz ou Bibliothèque François Mitterrand pegue o trem RER C com destino final em “St-Martin d’Étampe”s ou em “Dourdan la fôret”. Desça na estação Sainte-Geneviève-Bois. Em seguida pegue um táxi para chegar ao cemitério.
Adriano
O PASSEIO É AGRADABILISSIMO.
Uma amiga me disse assim: “nossa vai pra França pra ver gente morta ?”. Infelizmente quem pensa assim perde muita cultura.Entre tantos tumulos visitei o do Cineasta Georges Mélies,retratado no lindissimo filme “As aventuras de Hugo Cabret “. Saber que por um momento estive tão perto deste gênio do cinema. A mente viaja…. E em seu tumulo tinha colocado em cima ,recortes de filmes colocados com flores…de mais algum apaixonado pela arte.
Elizabeth
Estive em Paris em setembro e fui conhecer o túmulo de Nureyev no cemitério russo. Uma verdadeira obra de arte!
Gisela Vallin
Em agosto deste ano tive a oportunidade de ir ao cemitério de Passy, onde está enterrado o compositor Claude Debussy, meu compositor favorito. Foi muito emocionante ! Recomendo !
MARIA LAETE FRAGA
sempre que estou em PARIS deixou uma tarde para visitar o PERE LACHAISE uma maravilha, Estive no tumulo de ALAN KARDEC E EDIT PIAF demoradamente. Além da beleza do cemiterio as obras de artes, esculturas, são fenomenais..VALE A PENA A VISITA um museu silencioso.
kariny
Também visitei uma vez por pura curiosidade e no outono. Interessante e vale a pena incluir no roteiro. Os mausoléus, alguns são lindos. Concordo com o Mauricio as alamedas arborizadas e folhas secas completam o visual.
Mauricio Christovão
Estive uma vez no Père Lachaise numa tarde de outono, e fiz boas fotos. Na época Mme S. não curtiu muito, e os corvos agourentos faziam crau, crau, crau, como nos filmes de terror… Visitamos o túmulo de Jim Morrison(é claro!), mas é um pouco decepcionante, pois o local é pequeno, cercado de outros jazigos e coberto de lembranças dos fãs. O de Alan Kardec, fundador do Espiritismo é um dos mais visitados, mas alguns túmulos menos badalados são verdadeiras obras de arte, e alguns criados por escultores famosos. As alamedas são bem arborizadas com as folhas secas no chão compunham um belo visual. Para mim, valeu a visita, principalmente por encontrar o túmulo de Nadar, o famoso fotógrafo do Século XIX e um dos meus heróis.
Fabrícia
Nesse cemitério russo também está enterrado o grande cineasta Andrei Tarkovski.