Após o primeiro artigo sobre as características gerais do Périgord onde explico porque esta região é uma das mais bonitas da França (leia aqui), publicamos hoje os dois primeiros dias do meu circuito.
A viagem pelo Perigord durou oito dias: fui de Paris até Bordeaux de trem TGV (3h15) e em seguida circulei pela região com carro alugado. Esta é a opção mais confortável.
O circuito
- Paris/Bordeaux/Brantôme
- Brantôme/Eysies de Tayac/La Roque Saint Christophe/Sarlat la Canéda
- Beynac/La Roque Gageac/Domme/Les Jardins de Marqueyssac
- Sarlat la Canéda
- Gruta de Lascaux/Jardins du Manoir d’Eyrignac
- Sarlat la Canéda/Rocamadour
- Hotel e Spa Les Sources de Caudalie
- Bordeaux
- Bordeaux/Paris
Primeiro dia:
Cheguei em Bordeaux em torno das 14h e imediatamente peguei o carro alugado.
Pequeno detalhe: a estação ferroviária de Bordeaux está em reformas e o local das locadoras é um pouco afastado. Fui a pé e vi todos os turistas na mesma situação. Prevendo situações como esta, tinha somente uma pequena mala de cabine. Um conselho: viajar de trem com malas grandes e pesadas é extremamente desconfortável. Tenha somente mala de cabine e uma outra opção como mochila ou bolsa grande.
De Bordeaux, com GPS, fui diretamente para Brantôme, pequena cidade romântica situada em uma ilha do rio La Dronne. 2h de viagem.
Me hospedei no pequeno Hotel e Restaurante Charbonnel, às margens do rio. Meu quarto era o penúltimo do primeiro andar, à direita, com linda vista para o rio.
Terminei o dia flanando por Brantôme que é uma gracinha. Esta cidade se encontra mais ao norte do principal circuito do Périgord. Se você quer conhecer a região em poucos dias, ela pode ser eliminado do roteiro. A região oferece atrações mais importantes.
A noite, jantei no restaurante do hotel. Simples e bom. Degustei neste momento a minha primeira taça do vinho local – um delicioso pécharmat – e mergulhei na gastronomia regional. Prepare-se, daqui para a frente, todos os cardápios apresentarão os mesmos pratos: foie gras e carne/miúdos de pato conservados na gordura ou defumados em todas as variações possíveis. Degustei salada de foie gras, salada de magret de canard, foie gras como prato principal, entrada com confit de canard, confit de canard como prato principal, macarrão com moela de pato…Os patos e os gansos dominam!
Segundo dia:
A proposta era se instalar em Sarlat por 4 noites e em seguida conhecer a região. No trajeto Brantôme/Sarlat, aproveitei para visitar Eysies de Tayac e La Roque Saint Christophe. Este trajeto dura 2 horas. Tudo é pertinho e em um dia tive tempo suficiente para visitar Eysies, Saint Christophe e degustar com calma os pratos locais.
Como quase todas as pequenas cidades do Périgord, Eysies é mínima e linda com casas coladas na falésia. Andei pelas ruelas me sentindo dentro de um décor de teatro e almocei, em pequena épicerie na estrada/rua princial, salada de foie gras e macarrão com moelas. Deliciosos.
Me preparei, em seguida, para visitar o maravilhoso La Roque Saint Christophe, um local habitado pelos homens pré-históricos e da baixa e alta idade média. Após deixar o carro no estacionamento, subi lentamente a trilha que serpenteia a falésia até o ponto mais alto onde se encontra uma grande plataforma rochosa. Até esta plataforma, passei por inúmeros vestígios de moradias e de atividades humanas (lugares onde as carnes eram defumadas, cemitérios, cofres). A imensa pedra que forma a falésia foi talhada, furada e modificada durante séculos e os vestígios são impressionantes.
Na pré-história a falésia e suas grutas serviam de proteção e abrigo diurno aos caçadores. Já na Idade Média, ela foi transformada em forte/cidade, protegendo a população contra os invasores.
Em torno do século X, a falésia e suas grotas eram uma verdadeira cidade troglodita.
A falésia se tornou alguns anos mais tarde uma cidade medieval. Durante a guerra de cem anos entre França e Inglaterra, ela foi destruída para que não caísse mais nas mãos do inimigo. O que prova a sua importância do ponto de vista militar.
Uma observação: eu tinha medo de encontrar em La Roque Saint Christophe um local “decorado” e com reconstituições à la Disney. Quase todo o espaço está limpo, sem intervenções. Perfeito. Somente algumas placas fornecem a informação histórica.
Por exemplo: neste local, uma pequena placa informa que, na idade média, os buracos na rocha possuiam portas sólidas. O espaço era usado como banco com seus cofres para a proteção de objetos necessários à sobrevivência.
Somente no final do percurso encontramos uma reconstituição história da ocupação do local. Como o cemitério primitivo.
E este quadro com personagens em cera representando a forma de vida dos homens pré-históricos.
Nenhuma foto traduz a beleza do lugar, da vista e da emoção que sentimos. La Roque Saint Christophe, para mim, entra para a lista dos lugares imperdíveis.
No final desta visita extraordinária, segui para Sarlat la Canéda, onde me instalei por quatro noites. À partir de Sarlat conheci a região, o tema do nosso próximo artigo. Clique aqui para ler.
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La Roque Saint Christophe: aberto janeiro das 10h até 17h; fevereiro/março e outubro/11 novembro das 10h até 18h; 12 novembro até final das férias de Natal das 10h até 17.30h; abril,maio, junho e setembro das 10h até 18.30h; julho e agosto das 10h até 20h. Tarifas: adultos 8.50 euros e crianças 4.50 euros. O local possui um espaço para piquenique.
Como ir de Paris até a região do Périgord
- Avião: a viagem de avião até Bordeaux dura 1 hora. Veja aqui as melhores ofertas da Air France.
- Trem: Verifique se a cidade que você quer ir na região tem estação de trem. A viagem até Bordeaux tem cerca de 3 horas de duração. Compre sua passagem antecipadamente – clique aqui – para garantir os melhores preços.
- Carro: Obtenha o orçamento das principais locadoras de carro na França aqui.
- Ônibus: esta é a opção mais barata, mas também é a mais longa. A viagem até Bordeaux tem cerca de 8 horas de duração. Preços a partir de 19 euros por pessoa. Consulte valores e faça a compra da passagem pelo site da empresa de ônibus OuiBus.
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8 Comentários
Anna Francisca
Ansiosa pelos próximos posts
Nina Santos
Estou ansiosa por saber mais sobre este roteiro! Quando entram os próximos posts? 🙂
Rodrigo Lavalle
Nina, em breve!
Abraços.
Cris Paiva
Ano passado, meu marido e eu fomos à região do Perigord e amamos!!! Fizemos base em Sarlat-la-Canéda e gostamos muito dessa cidade e das pequenas vilas que ficam ao seu redor. É uma região muito interessante, pois há cavernas lindas, rios, castelos, vilarejos. A feira em Sarlat é fantástica!
Anderson Pereira
Lina!!! Muito obrigado! Quando sai a próxima parte?
Rodrigo Lavalle
Anderson, na próxima semana.
Abraços.
vera carvalho
Ola , pessoal !!!!!! façam roteiro, ele é maravilhoso.
Voces ficaram deslumbrados com as paissagens.
Mauricio Christovão
Tirando a parte da culinária com aves(não como bichos de pena), o roteiro me parece apenas fabuloso. Principalmente a parte do meu antepassado Christophe… Quando fomos de Bordeaux para a Provence, vimos a placa indicando a cidade de Périgueux e achamos o nome curioso, mas passamos direto, sem saber como a região é interessante. Espetacular!!!