Diego é um querido amigo parisiense. O nome, ele ganhou da mãe espanhola e a paixão pela música francesa foi construída ao longo da vida entre Paris e a Provence. Convidamos Diego para nos apresentar seus artistas favoritos. Hoje, publicamos o primeiro post, sobre a cantora francesa Véronique Sanson. O texto foi escrito em francês. Abaixo, nossa tradução livre.
Por Diego Milatz
Sou francês e moro no Brasil, em São Paulo, há oito meses. A cada dia descubro novos aspectos deste país formidável – os costumes, o incrível bom humor das pessoas e também a paixão dos brasileiros pela França.
Essa paixão se traduz por uma curiosidade insaciável pela nossa história, cultura, língua e música.
Sobre este último ponto, fiquei muito surpreso. Vejo que a música francesa é conhecida e amada no Brasil, mas sempre os mesmos antigos artistas. Hoje, na França, eles fazem parte do passado.
Gostaria de ajudá-los a descobrir outros, particularmente uma grande artista que não foi mencionada nas playlists que vocês fizeram, aqui, no Conexão Paris. Apesar dos seus 60 anos, seu imenso valor é comprovado pelo fato que ela continua sendo uma das artistas que mais vende discos na França. O público é fiel desde sempre e seus shows são grandes acontecimentos “sold out”.
Esta artista se chama Véronique Sanson. Autora, compositora e intérprete de quase a totalidade de seu repertório, ela revolucionou a música francesa nos anos 70 ao apresentar letras originais ao rítmo anglo-saxão. O sucesso foi imediato e nunca cessou.
Pianista, sua música é marcada pela emoção à flor da pele, pela naturalidade desconcertante e pela sensibilidade tocante. Os textos, simples e leves, são profundos. Apesar de falarem da vida da artista, as letras são universais como se a maioria de nós tivéssemos vivido essas mesmas histórias.
E sua vida é como sua obra: intensa e emocionante. Apaixonada por um outro artista francês, Michel Berger, que ela conheceu ainda na adolescência, Véronique o abandona do dia para a noite para viver, nos Estados Unidos, com o famoso guitarrista Stephen Stills da banda Crosby, Stills, Nash and Young. Dessa união, nasce uma criança, que mais tarde também será um artista.
Do término da relação com Michel Berger surgiram suas mais lindas canções, e uma correspondência musical única com Berger, todas baseadas no arrependimento de ter abandonado o homem que ela nunca deixou de amar. Sua vida passou a ser marcada por esse sofrimento, fazendo um inferno do seu dia-a-dia.
Véronique Sanson é também um “bicho” no palco, uma presença incrível, sugiro absolutamente que vocês a descubram “on stage”. Sua energia, sua voz, seu vibrato único e os mementos solos ao piano, quando artista e instrumento se transformam em uma coisa só, tornam seus shows inesquecíveis.
A discografia traz 14 álbuns em estúdio e 9 ao vivo. Mas meus álbuns favoritos são “Amoureuse”, “Le Maudit”, “Vancouver”, “D’un papillon à une étoile”. Mas devo dizer que adoro todos!
Como podem ver, gosto desta artista há muito tempo. Para ser mais preciso, eu a descobri no dia do falecimento do meu pai, em 1979. Eu tinha então 16 anos. Fui para cozinha, só, e liguei o rádio. Neste momento, essa voz estava lá, sussurrando “Vancouver”, enchendo meu coração de cores. Desde este dia, tenho com esta artista uma relação cúmplice.
Estou muito feliz de poder compartilhar com vocês o talento e o universo de Véronique Sanson. Gostaria de agradecê-los, pelo fato de terem lido o meu post até o fim, com as minhas duas músicas prediletas:
Escute a playlist Conexão Paris – Deezer com músicas de Véronique Sanson:
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7 Comentários
Carol
Diego, muito obrigada por me apresentar a Véronique…Simplesmente linda, uma voz vibrante, com certeza fará parte da minha trilha sonora.
Liane Martins
Adorei o post!!!!E tbem adorei a cantora, pois não a conhecia. Obrigada por partilhar conosco.
Antonio H.
Também não conhecia e adorei o post,,,que venham outros…
jorge fortunato
Sou fã de Véronique Sanson desde 1995 quando comecei a estudar frances na Alliance Française. Naquela época era rato da Bibliothèque da Maison de France no Rio. Pegava vários cds para ouvir e um dia descobri Véronique Sanson. Há quem ache meio cafona, mas eu amo! Ainda lembro um refrao meio chiclete da canção “Mon voisin”: “Mais je ne veux plus y penser, mais je ne veux plus l’écouter. Je vais bientôt aller me coucher, mais je ne veux plus y penser”…cantava direto e achava que já sabia tudo…rsrsrs
Nick
Conheci a musica de Véronique Sanson em 1992 nos canais de música da Air France, na minha primeira viagem a Paris. Foi paixão a primeira vista e chegando lá comprei o CD Sans Regrets. Até hoje quando ouço a minha música preferida, Rien que de L´eau, eu tenho ótimas recordações daquele momento da minha vida…
Angélica Santos Torres
Adorei o post! É sempre ótimo conhecer artistas vibrantes!
eymard
Muito bom seu post. Artistas visceral. Gostei muito dos dois vídeos. Excelente contribuição para sair do lugar comum.