Quando estiver passeando em torno do Jardin du Luxembourg, ou descendo a avenida Champs Elysées em direção a praça Concorde, dê uma paradinha na loja Bread & Roses. Trata-se de uma padaria/salão de chá para aqueles que querem degustar pães, brioches, pâtisseries deliciosas ou para uma pausa almoço leve.
Pães com muesli, cereais, nozes e passas…
Tiramisu com frutas vermelhas, torta de framboesa, torta de morango…
Salada de queijo de cabra fresco, tomate seco e pão completo, presunto San Danile com figo, hareng maatjès com batata cozida…
Bread & Roses: 7 rue Fleurus, 75006 – metrô Saint Placide e 25 rue Boissy d’Anglas, 75008 – metrô Madeleine.
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111 Comentários
Tati
Esqueci de comentar que vi assaltos na Champs Elysees… Fiquem atentos!
Marilene F. de Oliveira
Amei a Conexão! Perfeito para quem ama Paris e busca novidades ou recordações. Parabéns! Estou divulgando para os amigos.
MArcelo
Bom dia!
Uma dúvida… a que horas costumam abrir esses estabelecimentos em Paris?
Grato! E parabéns pelo ótimo blog!
conexaoparis
Marcelo
O Bread and Roses abre para o café da manhã e fecha em torno das 19 horas. O site deles não informa horário. Se houve alteração não estou sabendo.
Emiliana
Obrigada Eymard !
espero dar sorte e encontrar o Depardieu por lá, nunca se sabe………
eymard
Emiliana:
LA FONTAINE GAILLON
Place Gaillon – 75002 Paris 2ème
Emiliana
Lina, boa tarde !
Você ou alguém do blog sabe o endereço do restaurante do Gerard Depardieu em Paris ?
Monica
Boa tarde Lina e “pitaqueiros”!
Vocês têm alguma dica de creperia em Paris?
Cristiano Carepagio
UMA BREVE CONTRIBUIÇÃO PARA OS APAIXONADOS PELA CIDADE ENCANTADORA.
PARIS E SEUS SEGREDOS, CONHECIDOS POR POUCOS.
Li faz pouco tempo algumas referências no site sobre a monumental Paris, pensei em colocar neste espaço um pouco daquela fantástica cidade que me seduz e a minha mulher de forma envolvente.
Paris, cidade luz, é como dizia o Rei Carlos V, um mundo. Não sem razão, o nobre afirmava que “As outras cidades são cidades, Paris é um mundo”.
Assim, nesta certeza, sendo “um mundo”, Paris para ser conhecida é preciso dedicação, tempo e pesquisa. Mas vale a pena, o retorno é imenso. Desde a primeira vez que fui, diante de meu encantamento e de minha mulher – que por tanto caminhar em Paris ganhou um “neuroma de Morton” em seu pés, o que motivou uma operação e o elogio do cirurgião, ao dizer que “este era um pequeno sofrimento dentro dos grandes prazeres alcançados”, ele também um apaixonado pela cidade – não conseguimos parar de voltar. E assim Paris foi minha porta de entrada e saída da Europa, por longos vinte anos, embora tenha cidadania italiana por força de berço.
Realmente Paris é um mundo, o mais belo mundo que se pode encontrar em termos de cidade, principalmente quem gosta de arte e gastronomia, isto dentro de seus segredos e fora do curricular trânsito turístico, também e muito, de inestimável valor para os olhos.
Mas Paris e seus arredores são muito mais, a “pequena e grande cintura”; necessita-se, contudo, de tempo e pesquisa para conhecer tais espaços. Não é em vão que muitos que lá foram, como meu amigo Jorge Sader, em sua lua de mel, datam muitos anos, quer voltar, como disse em artigo ficcional, neste Domínio Cultural, “nem que seja por quinze dias”, e também outro amigo , Paulon, teceu considerações sobre o café “De Flore”, “ au coeur de Saint-Germain-des-Prés, na famosa esquina onde se encontram os intelectuais, próximo ao “Les Deux Magots” e “Brasserie Lipp”, local onde Camus, Malraux, Sartre e tantos outros freqüentavam, também Hemingway, mas não foi lá que se deixava ficar a escrever, mas no “Closerie de Lilás”, onde o dono nada cobrava aos célebres, mas pedia suas assinaturas em um festejado livro de famosos, tendo Salvador Dali se recusado a assinar, mas mesmo assim nada a ele se cobrou. Mandou trazer de novo o livro e disse: Não vou só assinar, abra no meio em duas folhas, e fez um rápido desenho a lápis, dizendo após assinar “agora este livro vale mlhões”; e passou a valer. Somente um brasileiro tem nele seu nome; Pelé.
Logicamente, nunca assinei o livro, mas do local tenho um velho e antigo “cendrier”, cinzeiro, um “cadeaux” (presente) forçado. Fui lá várias vezes. É um lugar encantador.
Afastados os máximos ícones parisienses turísticos, de todos que lá foram conhecidos, ainda que em excursões, tais como Arco do Triunfo, Torre Eifel, Campos Elísios, Notre Dame, Praça da Concórdia, Louvre, etc, Paris descortina sutilezas e segredos para degustação dos sentidos apurados, nos deixando sempre com vontade de voltar.
É preciso tempo e incontáveis retornos como fiz para realmente conhecê-la, é mais do que um mundo, é uma mágica.
No Louvre, de difícil visita diante de suas proporções, não se pode deixar de admirar a Vitória (Nike) de Samotrácia, bem ao vestíbulo (é um segredo) depois do Laoconte, encontrável no Museu do Vaticano, é a mais festejada escultura de todos os tempos, de autor desconhecido, ou ainda a pedra preta de diorito, que encerra o mais antigo código formal do mundo, o de Hamurabi, ou ainda a carismática mas feia Monalisa, retrato de Lisa de Guerardini, pago o retrato por seu marido, conhecida como “La Gioconda”, ou a incrível coroação de Napoleão, de Luis David, artista expressionista comparável aos grandes El Greco ou Velasques, ou ainda a Vermeer em suas sombras e luzes.
Os escravos de Michelangelo podem ser vistos também, mas perdem para o que se pode ver em Florença, capital do renascentismo, onde se tropeça em obras de artes nas ruas. Mas “os escravos” deixam o traço do inigualável escultor, que só perdeu em movimento quando entronizado o barroco por Bernini, tirando da imobilidade o David, maximamente visitado em Florença, em seu gigantismo, distante contudo, quando empunhando a funda o David de Bernini, em movimento, tornando-se incrivelmente mais expressivo, estando em Roma na Galeria Borghese, nos arredores da cidade eterna.
Paris é o mercado de Bucci, de alimentos, no antigo estômago de Paris, próximo ao “Les Halles”, onde se fica extasiado, ou a Roseraire, centro floricultor das mais exclusivas rosas do mundo, verdadeiros repolhos em tamanho, que põem de joelhos a capital planetária das flores, a Hollanda, ou as mulheres feitas “`a canivete” do “Crazy Horse”, todas iguais em seus corpos nús e esculturais, dançarinas exímias, que se engordarem quinhentas gramas são descartadas dos shows, onde os japoneses de terno e gravata (obrigatório) gritam como loucos nas primeiras cadeiras por preços proibitivos, sendo os falados “Lido” e “Molin Rouge” casas de quinta categoria frente ao famoso espetáculo da Avenue George V. O lugar em que est já demonstra o que é, ou a Maison Blanche, na Avenida Montaigne, onde oito garçons servem aos clientes em meio a arranjos de flores de seis metros de altura, ao final de indescritíveis pratos de resistência, os mais incríveis “petit four”, ou o Fermette Mabeuf, maravilha de “verrière”, cúpula de cristal colorido, que nos coloca em permanente contato com a mágica da arte em vidro, ou o Bofinger, na Bastilha, local de inusitada gastronomia e raríssimos vitrais, em que se reuniu a esquerda para as grandes viradas na França, anfiteatro de rara beleza dos anos 1800, ou o “Train Bleu”, fantástico restaurante que nos desvia dos delicados pratos para apreciar seus também fantásticos vitrais de quinhentos anos, ou a Rue Moufetard, uma das mais antigas de Paris, onde se degusta azeites e queijos após descer da Igreja de Saint Genevieve du Mont, com “jubée”, púlpito rendilhado, que atravessa o adro, inigualável em todo o mundo, ou o Monte dos Mártires, Montmartre, com seus artistas e restaurantes festejados pelos nostálgicos, elevado onde Saint Dennis chegou levando em suas mãos sua cabeça decapitada, ou os jacentes em mármore de quase todos os Reis de França na Catedral de Saint Denis, a parecer diante da realidade que estamos diante de seus verdadeiros corpos nus, já violados pela putrefação, ou ouvir a orquestra nacional da França em acerto de afinação dentro das imensas igrejas para seus eventos, noticiado com antecedência pelo pariscope, mas ainda e também o RER, que nos leva a bucólicas “Banlieus”, arredores, como “Saint Germain Em Laye”, em trinta minutos, de onde não mais se quer voltar, transporte coletivo eficientíssimo abaixo do “Metro” (o maior e mais antigo do mundo), como dizem os parisienses, desembarcando em poucos minutos em meios a campos e atraentes comunidades que se acreditava não mais existirem, quase uma Suíça, ou ainda descer ou subir o Sena para visitar o túmulo de Van Gogh e de seu irmão Théo, em Auvers Sur Oise, próximo a Giverny, local da casa de Monet, hoje invadida de visitantes.
E tantas e tantas maravilhas e segredos, o Marais e suas escondidas livrarias especializadas,o Vosges, o “Louvre des Antiquaires”, museu vivo ao lado do Louvre, conhecido por poucos, a maior concentração de antiquários de qualidade da Europa com tudo para venda, o Museu “Nissin de Camondo”, próximo a um dos mais lindos parques do mundo, o Monceau, casa do século XV como era na época de Louis XV, deixada para o Estado por financista em memória do filho morto na primeira guerra mundial, tudo informações que inundam minhas estantes e pesquisas em vinte anos de freqüentes visitas, estando agora mais difícil de entrar com calma em alguns lugares em Paris do que anos atrás, porém e felizmente, isto se dá, face a grande enchente de pessoas pela descoberta da cultura francesa e européia pelos “práticos americanos” e pela liquidez de moeda no mundo.
Mas sempre é bom voltar a paris e ao interior da França que tive o prazer e o privilégio de conhecer praticamente todo, de carro e de trem, este último meio confortável e rápido sem a mesma liberdade do carro.
Mas em minha última ida, com todo terror que tem de túmulos e sepulturas, minha mulher admitiu ir pela segunda vez a lugar memorável, o Cemitério Père Lachaise, tendo consentido pela primeira vez, por ter dito eu que lá estavam como estão, Abelard e Heloise, cuja história tanto quanto a inauguração do cemitério com seus corpos é longa, os eternos amantes que motivaram filme de enorme sucesso e que abriram o cemitério, sendo unidos em jacentes para abrir o que seria (e que não é em termos atuais, mesmo muito arborizado) o primeiro cemitério parque do mundo.
O Père Lachaise não tem comparação com nenhum cemitério, nem mesmo com o reconhecido cemitério de Milão em termos artísticos. Relato a última visita que ocorreu.
Já estando em débito com minhas exigências interiores e de minha mulher, fui lavar o espírito revendo a perfeição dos primeiros em artes plásticas, de Rodin à Caillobote e até mesmo o quase contemporâneo Wandy Warrol, em magnífica visão de Marilyn Monroe, que apaixona pela interpretação, em exposição que ocorre de dois em dois anos no Grand Palais, exposição dos maiores antiquários da Europa.
Revisitava nossa segunda cidade e no dia da volta, pela manhã, lendo revista semanal que é publicada em Paris, Pariscope, dando todos os acontecimentos da semana em geral, eventos, desde concertos em igrejas sem ônus para a recita até exposições, etc. , li em “promenades”, passeios, “visita guiada ao cemitério Père Lachaise”, com especialista no sítio. Indicado o local de encontro para lá me dirigi, espaço que já visitei, não com tanta informação como as agora obtidas, onde celebridades várias da história mundial, de todos os matizes, se encontram sepultadas, local de arte invulgar da estatuária, doado pelo Rei Sol, Luiz XIV, ao seu confessor, Padre Lachaise, transformado em cemitério anos após, resolvendo problema sanitário sério.
No portão indicado para o encontro estava o guia Thiery Le Roy, era seu nome. Indaguei se era ele o guia e travamos o primeiro contato. Figura interessante, amante do Rio de Janeiro onde desfilou em várias escolas de samba; Beija-Flor, Portela e outras. Elogiou a estatuária do São João Batista, que inclusive tem em seu site o túmulo de Santos Dumont. O guia não era uma pessoa qualquer. Como indicava o anúncio era extremamente culto, conhecia toda a vida dos célebres sepultados bem como dos escultores famosos, cercando suas considerações de notável humor, a ponto de ao referir-se a um dos Presidentes da França, com jacente sobre o túmulo (corpo inteiro em realismo impressionante) disse: “est mort de ecstase”, ao que pensaram alguns ser de tétano. Uma senhora francesa que passava com o marido e não estava no grupo de aproximadamente cinqüenta pessoas, ouvindo o vocábulo e entendendo, surpresa, perguntou: morreu de quê? E o guia, bastante afetado, respondeu “orgasme madame, orgasme”, “ce la vie”.
E mostrava o retrato do momento após a morte, cercado pela família o falecido e idoso Presidente, e dizia: que situação, morrer nessa idade dessa forma. E exibia o retrato da jovem que estava com ele na hora do fato.
O guia em três horas e meia de brilhantismo encerrava seus comentários sobre as celebridades, todas poderosas, principalmente quanto aos marechais de Napoleão como Lefebvre, dizendo, mas estão aqui, também, todos mortos. O mesmo com Proust, La Fontaine, Molière, Balzac, Delacroix, Piaff, Chopin o próprio Kardec e tantos e tantos outros. Era seu acento permanente a mostrar que somos todos iguais, o que poucos entendem, independente de poder, talento ou riqueza.
Somente a Napoleão, o primeiro, ele referiu que, para ver onde está sepultado, há que se ir aos “Invalídes”. Mas acrescentou, mas também está morto, “ce lá tuée”. E lá está o grande conquistador, Napoleão I, em sete caixões de ébano, chumbo e de várias madeiras, que me impressionou a primeira vez que lá fui, no monumental “Invalídes”, inválidos, homenagem aos mortos e sequelados nas guerras napoleônicas, cercado de doze virgens esculpidas por Pradier, renomado escultor da época, com a abóbada do edifício vista brilhando de quase toda Paris em dia de sol, já que coberta de camada de ouro de alguns milímetros de espessura, reposta a cada cinco anos. Mas está morto, também, como deixava sempre patente no Père Lachaise, Thiery Le Roy, o notável guia. Monumento majestático, ao qual fui algumas vezes diante da suntuosidade e beleza; mas guarda restos mortais.
O especialista e preparado guia nos deu prospectos. Em um deles está escrito, “O Cemitério Pére Lachaise é um Teatro onde vivem os mortos e se colocam em cena sobre o tema das paixões e das vaidades humanas. Eu vos convido a me acompanhar ao grande espetáculo da vida e da morte”.
Lendo o prospecto lembrei da vaidade humana, o grande mal da humanidade, do que Napoleão I era mestre e profissional.
Napoleão, o grande conquistador, exercendo ao máximo sua vaidade, colocou-se em estátua vestido como um Imperador Romano no alto da colunata, na Place Vendôme, com 43 metros de altura, cópia da coluna Trajano Romana, em formato cilíndrico com grafias evocando suas conquistas, construida com o bronze dos canhões conquistados na batalha de Waterloo. A coluna da vaidade.
Paris precisa ser visitada e revisitada muitas vezes para saciar os espíritos irrequietos e sedentos de invadir o espírito da beleza que esbanja sem medidas e doa a quem quer verdadeiramente encontra-la. Só há um perigo; não mais deixá-la.